Marcos Valério conta como atuou em vários partidos

24/07/2017 às 19:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:43

Na delação premiada que negocia com a Polícia Federal, Marcos Valério conta como atuou para vários partidos, passando por governos do PT e  do  PSDB. O famoso operador do mensalão é um verdadeiro arquivo vivo. 

Valério faz graves acusações e promete comprová-las. Hoje, começamos a publicar o teor dos anexos que escreveu à mão da cadeia. Depois de escrevê-los, com vários erros de português, inclusive, o famoso “carequinha” conseguiu o que tanto queria: ser transferido da Penitenciária Nelson Hungria para a Apac de Sete Lagoas. Na prisão de segurança máxima, Valério vivia a realidade prisional da maior parte das unidades brasileiras. Na Apac, tem a chave da própria cela, que mais se parece com um quarto. 

O ex-publicitário foi condenado a 37 anos de prisão pelo esquema do mensalão. Nos anexos, ele revela que atuou em Minas para o senador Aécio Neves (PSDB), que nega todos os fatos. Valério já tentou fechar delação, mas não foi levado a sério. Na semana retrasada, ele prestou uma série de depoimentos, ancorados pelos 60 anexos que escreveu da cadeia. Agora, está na etapa final para virar delator: a homologação pelo Supremo Tribunal Federal.

O mais engraçado da história é que o mensalão petista foi revelado em 2005 e as revelações que apontam o envolvimento do senador Aécio Neves só vieram à tona agora. Valério manteve contrato com o governo de Minas, tinha um bom relacionamento com diversas lideranças e o que sabia ficou com ele por mais de dez anos. A “Lava Jato”, de fato, mudou tudo para Valério. Se não fosse a popularização da delação e o apoio popular à operação, jamais saberíamos o que o ex-publicitário mineiro tem a dizer. Não se sabe se a versão do “carequinha” é verídica. Como todo delator, ele terá que comprovar o que diz.

Os nomes envolvidos negam participação em esquemas criminosos. 

Azeredo

Em alguns anexos, Valério também discorre sobre a campanha do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB), acusado pelo mensalão tucano mineiro. As revelações podem influenciar os desembargadores que julgarão recurso do tucano em Minas.
Nos bastidores, hoje, Azeredo tem forte possibilidade de ser inocentado da acusação de lavagem de dinheiro. Fontes acreditam que ele poderia também livrar-se da acusação de peculato, sob a justificativa de prescrição. 

Azeredo foi condenado, em primeira instância, a 20 anos de prisão. Não foi preso pois aguarda julgamento na segunda instância. O Tribunal de Justiça marcou para o dia 8 de agosto a sessão em que os desembargadores decidirão se mantém a sentença.

A acusação diz que Azeredo desviou recursos de estatais mineiras para a campanha à reeleição, em 1998. Se decidirem manter a sentença do ex-governador, ele poderá ser preso. Ficaria na cadeia até setembro do ano que vem, quando completa 70 anos. Hoje, Azeredo trabalha na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).

Pré-candidatos

Marcio Lacerda (PSB) e Dinis Pinheiro (PP) dividiram a atenção de 44 prefeitos na última sexta-feira em encontro regional da Associação Mineira de Municípios em Andradas, no Sul de Minas. Ambos percorrem o interior para viabilizarem-se candidatos ao governo de Minas em 2018. A AMM vai promover mais encontros do tipo em todas as regiões do estado. 

  

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