MDB põe passe na mesa e embaralha disputa pelo Governo de Minas

16/07/2018 às 20:38.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:26

Os deputados estaduais e federais do MDB irão definir, sozinhos, o destino do partido nestas eleições. Existem dois caminhos colocados: candidatura própria do deputado Adalclever Lopes e aliança com outro partido. O que está em jogo para eles é a sobrevivência das bancadas. Hoje, o MDB tem 13 deputados estaduais e cinco federais. 

“Se sairmos sozinhos poderíamos cair para cinco estaduais e uns dois ou três federais”, argumentou um parlamentar. Para ele, a alternativa mais viável é uma coligação. “Agora, estamos abertos para negociar com os partidos. Pode ser PT, DEM, PSDB. O que temos que fazer é ver com qual desses partidos poderíamos eleger mais deputados. Uma candidatura própria, neste momento, com pré-candidatos que estão aí rodando o Estado há tanto tempo, e com uma campanha menor, não seria viável”, resumiu. 

Em suma, o MDB quer é eleger uma bancada maior. Por isso, destituiu o vice-governador Antonio Andrade da presidência. Ontem, os argumentos foram levados pessoalmente por Adalclever ao senador Romero Jucá, que encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) documento trocando o comando da sigla. A nova composição traz apenas parlamentares no comando. 

Nas convenções, quem tem direito a voto são os delegados. Para ser delegado é preciso comandar um diretório ou ter cargo eletivo. Os desafetos de Andrade dizem que ele só oficializou diretórios que lhe convinha. “Tem mais de 120 diretórios ligados aos deputados que ele não publicou”, contou um segundo parlamentar. Esse defende a candidatura de Adalclever. 

Com a dissolução do diretório, oficializada ontem, apenas a Comissão e as bancadas terão direito a voto nas convenções. Ou seja, o interesse dos deputados será o único fator a decidir os rumos do MDB. Os prefeitos, por exemplo, ficarão de fora do veredicto. Muitos deles eram alinhados a Andrade, que queria ser o candidato do MDB. Uma vertente da sigla quer registrar os diretórios no TRE nesta semana para que todos possam votar. O problema é que correm contra o tempo. 


Na bancada federal, o desejo quase que unânime é de uma aliança, preferencialmente com o PT. Mas os estaduais estão divididos. Grande parte quer a candidatura de Adalclever. Como eles são maioria, pesará muito a definição, quando a for batido o martelo. Os estaduais tentam formar uma chapa que agrade aos federais.

Porém, o imbróglio está longe de chegar ao fim.

Andrade, que acredita ter sofrido um golpe, entrará com recurso junto ao Tribunal Regional Eleitoral. Vai tentar manter-se no cargo. Enquanto isso, as bancadas correrão para realizar a convenção o quanto antes. No entanto, o resultado dependerá do que a Justiça Eleitoral mineira considerará: se é valida ou não a dissolução do diretório. 

O imbróglio pode influenciar na disputa pelo governo de Minas. O MDB tem, sozinho, o maior tempo no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. Além de ser o partido com maior capilaridade, pelo número expressivo de prefeitos e vices pelo interior. É a noiva mais cobiçada. Além do PT, estão de olho no desenrolar partidário o DEM, do pré-candidato Rodrigo Pacheco, e o PSDB, do senador Antonio Anastasia. 

Soma-se ao caldeirão a situação nacional da legenda. Os emedebistas tentam apoio do Democratas para a chapa de Henrique Meirelles ao Palácio da Planalto. Aí, ficaria mais fácil uma aliança com Pacheco. A preferência da bancada federal é pelo PT. As peças do xadrez estão na mesa. No momento, o MDB procura quem ofereça melhores condições de eleger mais deputados, perpetuando assim o status de maior e mais cobiçado partido do Estado.

 

 

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