Minas tem de tudo: medo da terceira via e vingança de Dilma

06/08/2018 às 21:30.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:47

A ideia de uma eleição pulverizada em Minas Gerais, com espaço para a terceira via e mais opções aos eleitores, caiu ao som dos caciques partidários. 

Ao que tudo indica, teremos PT e PSDB polarizando o pleito na disputa pelo Palácio da Liberdade. O governador petista Fernando Pimentel tentará a reeleição tendo como adversário o tucano Antonio Anastasia.


Marcio Lacerda, ex-prefeito de Belo Horizonte, não deve ser candidato pelo PSB. Ele travará batalha judicial, mas não deve obter êxito, tendo em vista que o diretório nacional pessebista vetou a pré-candidatura em Minas. A saída de cena de Lacerda foi arquitetada pelo PT nacional, com a ajuda de Pimentel. 

Nas campanhas petista e tucana em Minas, existia o temor de que a terceira via pudesse ganhar espaço indo a um segundo turno. O temor maior era no campo petista, já que Pimentel enfrenta problemas de toda ordem: com a Justiça, com os servidores e com prefeitos. 

Por isso, Pimentel apressou-se em incluir Lacerda no acordo nacional. O ex-prefeito deixou claro para aliados que, caso fosse impedido de candidatar-se (o que deve ocorrer), renderia apoio informal a Rodrigo Pacheco (DEM). Eis que entrou em campo então uma articulação do PSDB nacional para que Pacheco fosse o próximo a desistir. 

A retirada do democrata foi mais suave que a saída de Lacerda. Pacheco é amigo e foi advogado de Anastasia. O próprio senador declarou admiração pela carreira do colega. Além disso, o deputado federal tem mais a ganhar que Lacerda. Poderá, por exemplo, ganhar um espaço em um futuro governo de Geraldo Alckmin (PSDB), se ele for eleito presidente da República. E Rodrigo não estava tão bem posicionado nas pesquisas quanto o pessebista. 

Rodrigo Maia veio de Brasília para dissuadir Pacheco ontem. Já tinha conseguido, antes, convencer deputados federais que rodeavam o pré-candidato mineiro. 

Depois da atuação dos caciques de PT e PSDB, a eleição em Minas tende a ser polarizada. Os candidatos que sobraram não têm expressividade política para mudar o cenário. 

Vingança!

O MDB segurou até o último minuto de domingo a decisão de coligar-se com um partido. Queria apoiar o PT de Pimentel, pois poderia aumentar em dois o número de deputados, tanto federais quanto estaduais. Pimentel estava de olho nos dois minutos que os emedebistas têm na propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Em uma eleição curta, esse tempo vale ouro. 

Ainda era noite quando o governador tentava convencer a aliada, ex-presidente Dilma Rousseff (PT), do bom negócio que fariam. Mas a petista estava irredutível. Emedebistas aguardavam com expectativa o desfecho. Porém, já conversavam com outras legendas. Dentre elas, o Podemos do empresário e prefeito de Betim, Vittorio Medioli. 

Veio a resposta do PT. Dilma não quer no palanque o MDB de Michel Temer, o algoz do impeachment. E os 13 deputados federais do partido em Minas votaram para destituí-la. 

O MDB ficou sem alternativa. Fechou então com o ex-prefeito Marcio Lacerda, em uma articulação com o próprio Lacerda e com Medioli. 



 

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