O que esperar da nova Fiemg

23/02/2018 às 17:56.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:32

A entidade que representa os industriais mineiros terá cara nova a partir de maio. O processo eleitoral ainda não encerrou, porém, os fatos indicam que será comandada por Flávio Roscoe, industrial do setor têxtil. Terminou na última quarta-feira o prazo para inscrição de chapas. A única registrada foi a de Roscoe. 

Conversando com pessoas que vivenciaram o processo eleitoral, e tendo em vista a plataforma de campanha de Roscoe, candidato de oposição a atual direção, pode-se tirar conclusões de como será a nova gestão da Fiemg. Para isso, é necessário permear o processo eleitoral. 

A Fiemg nunca passou por uma disputa, de fato. O atual presidente, Olavo Machado, foi candidato do ex-presidente Robson Andrade, tendo a situação sempre presente nas gestões passadas. 

Machado queria eleger Alberto Salum, do setor de construção pesada, mas não conseguiu votos suficientes. Dos 139 votantes, cerca de 100 eram declaradamente do grupo de Roscoe. 

Com a derrota eminente, Salum desistiu. Na montagem da chapa, Roscoe agregou então alguns nomes de uma lista sugerida por Machado. Foram escolhidos a dedo.

A oposição vai comandar a Fiemg após décadas de gestão da situação. 

É notório que, em uma eleição com tais características, a insatisfação e o desejo por mudança são palavras-chave. Por isso, pode-se esperar da gestão de Roscoe novas ideias e projetos. 

Dentre as prioridades está o desafio de aproximar a entidade, no que diz respeito a temas considerados estruturais e complexos, da sociedade. A indústria emprega e repassa custos que são repassados a ela, como a carga tributária. Se a indústria perde, o consumidor final perde também.

A grosso modo: se o empresário sofre com medidas econômicas ruins, repassará custos para o consumidor, ou, em outros casos, terá que se adequar, gerando perda de postos de trabalho. Isso sem falar que a cadeia produtiva da indústria é enorme e o resultado atinge, portanto, toda a população. 

Com orçamento de R$ 1,2 bilhão, a Fiemg deve adequar-se ao momento econômico. A ideia é de austeridade com os gastos, assim como deve ser a atuação da entidade na nova gestão.

A posse do novo presidente ocorre em maio, quando será comemorado o Dia da Indústria.

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