Perrella: “Deixar a polici trabalhar não e merito (sic)”

29/05/2017 às 19:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:46

No gabinete do senador Zezé Perrella (PMDB) policiais federais apreenderam um manuscrito emblemático. Eram três folhas com as inscrições: “Ordenamento Jurídico Supremo” e “Deixar a polici trabalhar não e merito”. Estava escrito deste modo mesmo, sem acento e faltando a letra A, se inferirmos que a palavra polici é polícia. 

Me pergunta o que queria dizer o senador com tal frase. Deixar a polícia trabalhar não é mérito?

A polícia trabalhou tão bem que apreendeu farta documentação nos endereços ligados a Perrella no âmbito da operação Patmos. De escrituração das empresas a documentos que remontam a época em que foi deputado estadual. Veremos, nos próximos meses, o resultado da recolhida. 

Armas

Duas armas de fogo foram apreendidas na operação que apura distribuição de propina pela JBS. Na fazenda Grota de Humaitá, em Cláudio, da família do senador Aécio Neves (PSDB), havia uma carabina calibre 38, 11 munições calibre 38 e uma munição calibre 32. Como a Polícia Federal não achou documentação sobre a arma, ela foi apreendida. Ao pesquisar, os policiais acharam registro em nome de um morador de Goiás. Porém, o registro está vencido. A fazenda está em nome de Frederico Pacheco, primo de Aécio. 

Já na casa de Perrella, em Brasília, policiais encontraram uma espingarda calibre 20, cano duplo. “A referida arma estava pendurada em uma parede localizada no fundo do terreno, que é destinada a lazer. A arma estava fazendo parte da ornamentação da parede”, diz trecho da autuação.

“O senador José Perrella de Oliveira Costa foi questionado sobre a origem da arma. Afirmou que a arma não tem registro e que foi comprada pelo motorista Bráulio para fins de decoração. Disse que nunca efetuou nenhum tiro com ela e que acredita que não esteja em funcionamento”, conclui o documento. 

O motorista, que chegou para trabalhar quase junto aos policiais, informou que adquiriu a arma por R$ 400 para decorar a casa do senador. Tem gosto pra tudo!

Paralisia

Prefeitos de todo o país pressionam hoje deputados e senadores pela derrubada do veto presidencial à Lei Complementar 157/16, que prevê a arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) no local de consumo do serviço. 

A derrubada ficou acertada com o presidente Michel Temer (PMDB), antes dele ser flagrado em conversas com Joesley Batista. A matéria teria que ter sido apreciada em sessão conjunta do Congresso na semana passada. Mas...

Se ficar para a próxima semana, já era. A partir de terça-feira (6 de junho) deputados e senadores estarão de olho nas sessões convocadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para analisar a validade da chapa Dilma/Temer. 

O veto é o sexto item da pauta. Durante sessão no Senado na semana passada, o presidente da Casa, Eunício Oliveira, lembrou o compromisso firmado com os gestores municipais durante a XX Marcha a Brasília. 

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