Perrella: entre o público e o privado

30/05/2017 às 18:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:47

Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) em endereços relacionados a Mendherson Souza Lima revelam que o assessor do senador  Zezé Perrella (PMDB) cuidava não só da carreira política do peemedebista, mas, também, das empresas do senador. 

Entre os papéis apreendidos com Mendherson, que é ex-cunhado de Perrella, foram encontrados cópias de procuração outorgada pela Tapera Participações, do político, a Mendherson. Talões de cheques em nome da Tapera, da Limeira Agropecuária, outra empresa do senador, e até mesmo cheques de Zezé Perrella estavam em posse do assessor. 

Isso significa que Mendherson tinha autorização para movimentar dinheiro, tomar decisões e assinar documentos em nome das companhias. Pelos documentos, pode-se inferir que Mendherson conseguia administrar duas empresas e, ainda, trabalhar como assessor parlamentar. Para este cargo, aliás, ele recebia o salário em dia, retirado dos cofres públicos.
A linha tênue entre o público e o privado permeiam a vida da família Perrella há anos. Em 2013, um helicóptero em nome da Limeira Agropecuária foi apreendido com 450 quilos  de pasta-base de cocaína. Na época, a droga foi avaliada em R$ 10 milhões. Após ser preparada para o uso,  poderia ser vendida por R$ 50 milhões.

Quem pilotava a aeronave era Alexandre José de Oliveira Júnior, um dos assessores de Gustavo Perrella, que, na época, era deputado estadual. Quando o caso veio à tona, o assessor-piloto foi exonerado. Recentemente, Gustavo foi nomeado secretário Nacional de Futebol pelo governo Temer.

No ar

Polêmicas com aeronaves rondam a vida dos Perrella. No começo do ano, conforme levantamento do "Hoje em Dia", o senador utilizou aeronaves pagas pelo Senado para deslocamentos particulares. Nas férias, foi o período em que ele mais recebeu reembolso pelo abastecimento. Entre 28 de dezembro e 3 de janeiro, por exemplo, o tucano abasteceu o jatinho quatro vezes, com recursos reembolsados pelo Senado. No dia 2 de janeiro, após o Revéillon, o senador abasteceu a aeronave em Ilhéus, na Bahia. Foram gastos R$ 2.205, conforme já adiantei aqui.

A assessoria de Perrella afirmou que os reembolsos solicitados ao Senado estão de acordo com a Lei. Sobre a relação com Mendherson e o fato de ele receber salário do Senado mas também realizar funções particulares, a assessoria de imprensa não deu detalhes. “Mendherson exercia funções parlamentares”, limitou-se a dizer um assessor.

Conforme o Senado, reembolsos de pagamento de combustíveis são legais desde que haja “expressa declaração do senador de que as despesas foram efetuadas em razão do mandato, para compromisso de natureza política, funcional ou de representação parlamentar, vedada a solicitação de ressarcimento para qualquer atividade de cunho eleitoral”. 

Recuperação lenta

Mesmo que tímido, o setor supermercadista registrou, nos quatro primeiros meses do ano, crescimento de 1,08% nas vendas. 

Em abril, o crescimento foi de 3,74% comparado ao mesmo mês do ano passado. 

(Colaborou Tatiana Moraes)

  

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