Pimentel e Dinis têm ligeira vantagem, momentânea

20/06/2017 às 19:08.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:10

Análises de lideranças envolvidas no processo de sucessão ao governo de Minas Gerais, que ocorre em 2018, enxergam o seguinte cenário: se o período eleitoral fosse hoje, Dinis Pinheiro (PP) e o governador Fernando Pimentel (PT) teriam ligeira vantagem. 

No próximo ano, o tempo de televisão será composto pelos seis maiores partidos da coligação. Então, não adianta apelar para os nanicos. Desta maneira, Pimentel já teria o PT, PMDB e PCdoB garantidos. Além de outros que compõem a base. Já Dinis Pinheiro dá a largada com PSDB, PP, PPS e DEM. 

Pimentel e Dinis teriam mais tempo na televisão e mais aliados para rodar o interior do estado. Também não teriam que disputar dentro dos respectivos partidos a que pertencem espaço para confirmar a candidatura. Pimentel tentará a reeleição. 

Já Dinis goza do declínio do tucanato em Minas, o que lhe garante a cabeça de chapa. Aécio Neves (PSDB), maior articulador de todas as eleições do grupo no estado, não terá força política para impor um candidato, como fez em 2014, quando lançou Pimenta da Veiga. Aécio não deve nem mesmo aparecer nas peças publicitárias. 

Os outros candidatos enfrentam dificuldades internas. Rodrigo Pacheco, deputado do PMDB que teve votação expressiva nas eleições para a Prefeitura de Belo Horizonte, pode ter que sair da legenda, caso decida concorrer. O PMDB, ao que tudo indica, ficará com Pimentel. Nos bastidores, ventila-se a possibilidade de Pacheco ir para um partido de médio porte, que não tenha líderes no alvo da Polícia Federal. 

Ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) tem o desafio de montar uma chapa com outros partidos. Também enfrenta racha dentro da sua legenda. 

Mas a vantagem de Dinis e Pimentel pode ser momentânea. Dinis está sem cargo público, o que o torna com pouca visibilidade. Ele tenta compensar isso percorrendo o estado. Apenas no próximo fim de semana, visitará oito cidade do Sul de Minas, em reuniões com prefeitos e lideranças. Até agosto, quer ir a 80 municípios. Dinis também enfrentará a pecha de ter o PSDB na aliança. 

Pimentel tem “a caneta” nas mãos, é conhecido em todo o estado, mas terá que enfrentar a Justiça até a eleição. O Superior Tribunal de Justiça pode tornar o governador réu até o próximo pleito. Aí, o desgaste afeta a campanha. 
Rodrigo Pacheco, caso supere o problema partidário, irá explorar justamente o fato de que não aparece em denúncias de corrupção.

Marcio Lacerda trabalhará com os números que carrega, após oito anos à frente da Prefeitura de Belo Horizonte. É tido como um bom gestor. Também está sem cargo, mas, como Dinis, roda o interior mineiro. Teve a vantagem de presidir a Frente Nacional de Prefeitos. E, se não conseguir uma ampla aliança partidária, tem na vaga ao Senado um caminho mais certeiro.

E assim, o cenário eleitoral para o governo de Minas deve passar por esses quatro nomes: Pimentel, Dinis, Pacheco e Lacerda. A leve vantagem de Dinis e Pimentel hoje pode se transformar amanhã. Em tempos de Lava Jato e tantas outras operações, sábio é o eterno pensamento de Magalhães Pinto: “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Você olha de novo e ela já mudou”. 

  

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por