Política mineira está como disse Magalhães Pinto

16/05/2018 às 21:20.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:52

Boatos, conversas de bastidores, encontros e desencontros. Os últimos dias em Minas Gerais têm sido efervescentes. E as discussões ultrapassam as fronteiras. As negociações pela disputa ao Palácio da Liberdade são tratadas também em Brasília, São Paulo, Pernambuco, e por aí vai. Ontem, deputados ainda tentavam entender os planos do presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (MDB). Conforme adiantei, ele desistiu da corrida por uma vaga de senador para tentar a reeleição. E quer ser novamente presidente da Assembleia. Precisa, para tanto, mudar o Regimento Interno e a Constituição Estadual ainda nesta legislatura.  Também ontem, além da situação eleitoral do MDB, tomou os corredores do Legislativo a informação de que o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) poderia desistir da pré-candidatura ao governo estadual para lançar-se ao Senado em uma aliança com o PT, que jogaria ainda na chapa a ex-presidente Dilma Rousseff na mesma vaga de senador. Porém, as conclusões foram precipitadas. Isso porque Lacerda não desistiu da pré-candidatura ao governo estadual. No âmbito nacional, o PSB do ex-prefeito conversa com o PT, em Pernambuco, para uma composição. No início da semana, o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, teve encontro com a senadora Gleisi Hoffman (PT). Daí surgiram as especulações. Como o governador Fernando Pimentel (PT) também manteve conversas com o presidenciável Ciro Gomes (PDT)... O que está na mesa é a possibilidade real de uma aliança nacional entre PSB e PT. Mas, em Minas Gerais, não existe definição. Quanto a Ciro Gomes, pode alinhar-se ao PT, mas no segundo turno. <CW30>A situação de Lacerda é a seguinte: ele apresenta-se como terceira via na disputa pelo Palácio da Liberdade. Tem bons índices nas pesquisas em um cenário que deve ficar polarizado entre PT (Pimentel) e PSDB (Antonio Anastasia). Por isso mesmo é um forte pré-candidato. Entre petistas, por exemplo, é mais temido que Anastasia. Mas o ex-prefeito depende de uma costura nacional do partido dele e também de conseguir agregar outras legendas, para ter tempo de televisão e capilaridade.  Pensando justamente em desidratar a pré-candidatura de Lacerda e ampliar o leque de alianças, o grupo de Anastasia faz forte movimento junto a siglas como Solidariedade e PPS. No outro espectro, ontem, rondaram na Assembleia também conversas sobre diálogo aberto entre Rodrigo Pacheco e o MDB. Nesse cenário, possível vice do deputado seria o ex-prefeito Antonio Júlio. Porém, as definições também passarão por Brasília. O presidente do Democratas, Rodrigo Maia, é pré-candidato à Presidência da República e tenta atrair aliados para a chapa. Já os aliados tentam atraí-lo para as candidaturas deles, como Geraldo Alckmin (PSDB) e o grupo de Michel Temer (MDB), por exemplo. Como se vê, são muitas as conversas e poucas as decisões. As conversas até indicam as sinalizações, por isso, são importantes. Porém, não são definitivas. O que mais se tem visto nos bastidores da política mineira são diálogos, ora com adversários, ora com aliados.  Em Minas o cenário está, como diria Magalhães Pinto, como nuvem: “Você olha e ela está de um jeito. Você olha de novo e ela já mudou”.    

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