Vaga para senador é mais disputada que a de governador

08/08/2017 às 18:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:59

Em Minas Gerais as eleições de 2018 terão uma peculiaridade não vista em pleitos passados. A vaga para concorrer ao Senado está disputadíssima. Chega a ter mais aspirantes que para a de governador. 

O ineditismo explica-se especialmente pelo fato de a imagem do senador Aécio Neves (PSDB) ter ficado mais que arranhada. O mandato de Aécio chega ao fim no dia 31 de dezembro de 2018. Há pouco mais de dois meses ele era candidato à reeleição sem concorrentes à altura. Aliados e oposicionistas davam a reeleição como certa. Mas aí veio Joesley Batista, os grampos, os palavrões, as negociações e tudo o mais que o leitor está farto de ler (o senador sempre negou irregularidades em seu comportamento). 

O resultado é que Aécio deve candidatar-se mesmo a deputado federal, abrindo uma vaga. Como o PSDB e os aliados dele não preparam um nome natural, chovem aspirantes. Pela aliança petista, o raciocínio é o mesmo. Com Aécio fora do páreo, quem nem pensava em tentar o Senado passou a disputar o espaço. 

Associada à abertura da vaga antes garantida a Aécio, Minas terá direito a duas cadeiras de senador em 2018. Acabam os mandatos do tucano e de Zezé Perrella, que, pelo mesmo motivo de Aécio, não deve tentar a reeleição. 

O PSDB conversa com sete partidos: PTB, Solidariedade, PP, PPS, DEM e o PSB do prefeito Marcio Lacerda. Na composição, será lançada estratégia para o preenchimento das duas vagas de candidatos ao Senado. Lacerda almeja a candidatura ao governo de Minas, mas caso não consiga viabilizar partidos que o apoiem, pode candidatar-se ao Senado. O grupo tucano pode oferecer a vaga a ele. Mas terá que convencer os aspirantes primeiro. São ao menos três nomes lembrados por aliados: Domingos Sávio, Marcus Pestana e Antônio Andrade. Esse último é presidente do PMDB, que hoje está no barco de Fernando Pimentel (PT). Porém, Andrade costura uma ruptura da legenda com o governador. 

Por falar no PMDB, quem domina a situação no partido é o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes. Ele é tido como quadro para formar a chapa com Pimentel, na vaga de vice. No entanto, está de olho também na vaga de senador, tendo em vista as variáveis. O plano B de Adalclever - caso a Justiça não deixe Pimentel se candidatar ou perca o controle do PMDB - era candidatura a deputado federal. O pai dele, deputado federal Mauro Lopes, tinha avisado que não tentaria a reeleição. Mas comunicou à família que mudou de ideia. Adalclever passou a pensar então na possibilidade de ir ao Senado. 

No mesmo grupo, Jô Moraes (PCdoB) quer se candidatar à vaga com o apoio dos aliados. O problema é que Jô teria avisado que quer ser a única candidata da aliança ao Senado. Ainda tem os petistas que almejam o cargo, como o deputado federal Reginaldo Lopes. 

Nos partidos de médio porte, a disputa pela vaga é ainda mais ferrenha. 

Força

Deputados federais mineiros protestam hoje, no Salão Verde da Câmara, em Brasília, em defesa dos interesses de Minas. O ato foi organizado pelo parlamentar Fabinho Ramalho (PMDB), que está alinhado com o governador Fernando Pimentel (PT). É uma demonstração de força do petista e do deputado, que também tem bom trânsito no Planalto. Uma das principais reivindicações é pela suspensão do leilão de quatro usinas da Cemig. 

  

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