Valério acusa Ary Graça, da Federação de vôlei, de receber propina

28/07/2017 às 15:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:48

 O ex-publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza informou às autoridades brasileiras que o presidente da Federação Internacional de Vôlei, Ary Graça Filho, recebeu propina quando dirigiu a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). O dinheiro, conforme Valério, veio do Banco do Brasil, em uma cota de patrocínio. O banco é patrocinador da Seleção Brasileira de vôlei. 

Ary é citado em dois anexos de Valério. O ex-publicitário escreveu à mão 60 anexos revelando o que poderia contar às autoridades caso fosse beneficiado com a delação premiada. Ele não detalha os crimes, mostra apenas o potencial que teria sua delação premiada, na tentativa de convencer o Ministério Público e a Polícia Federal a torná-lo um colaborador. Os detalhes foram esclarecidos em uma série de depoimentos que prestou em meados deste mês.

Sobre Ary, Valério diz que ele ficava com parte do patrocínio. Empresa de publicidade de Valério tinha a conta de propaganda do Banco do Brasil. E assim, conforme ele, o pagamento era viabilizado. No anexo 10, intitulado “Banco do Brasil pagamentos feitos as Sr. Ari Graça da Confederação Brasileira de Vôlei (sic)” Valério relata: “Pagamento direto para o presidente a confederação de vôlei o Sr. Ari graça no caixa 2, a pedido da diretoria do Banco do Brasil”. Conforme o ex-publicitário, “o recurso foi entregue no Rio de Janeiro”. 

No anexo 39, cujo título é “Banco do Brasil: Confederação de Vôlei”, Valério conta que os pagamentos eram sistêmicos, enquanto corria o patrocínio do Banco do Brasil. “Durante o patrocínio do banco a CBV tinha uma parte que era entregue legalmente através de depósito em conta e outra parte em dinheiro que, de acordo com o pessoal da diretoria do banco, era para o presidente da CBV Ari Graça (sic)”, relata trecho do documento a que tive acesso. Ary Graça deixou a Confederação Brasileira de Vôlei em 2014, após uma série de reportagens da ESPN revelar justamente possíveis ilegalidades em contratos com o Banco do Brasil. 

Reproduzi as aspas conforme Valério as redigiu, da penitenciária Nelson Hungria, antes de ser transferido para a Apac de Sete Lagoas. Por isso, os erros de português são gritantes. Lembrando que Marcos Valério não tem curso superior. 
Enviei e-mail para a Confederação Internacional de Vôlei, em busca de um posicionamento do presidente, porém, não obtive retorno até o fechamento da coluna. 

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, citado por Valério, Henrique Pizzolato, está preso.

Novo

O partido Novo parece ter mesmo caído nas graças de setores empresariais. Na próxima terça-feira a Associação Comercial de Minas (ACMinas) promove encontro do presidente estadual da legenda, Bernardo Assis Fonseca Santos, com jovens empresários da capital mineira. A ideia é explicar as propostas do Novo e conseguir a adesão de potenciais candidatos para as eleições de 2018. 

O tema do encontro será “Um Novo Modelo de País”. O presidente do Novo vai discorrer sobre “formas de como transformar o Brasil em um país admirável, reduzindo as atribuições do Estado e proporcionando mais liberdade e responsabilidade ao indivíduo”.

O Novo tenta atrair empresários descontentes com a política. Salim Mattar, dono da Localiza, é um deles. Ele chegou a cogitar candidatura, mas acabou desistindo. 

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