Corrente vira o jogo

17/10/2016 às 16:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:15

O mercado registrou uma verdadeira invasão de motores com a correia de borracha dentada em vez da tradicional corrente metálica. É a ligação que faz o virabrequim movimentar o eixo comando de válvulas.

Por que a troca? As fábricas que aderiram à novidade se utilizaram do fraco argumento de a correia de borracha ser mais silenciosa que a metálica. Fosse verdade, fábricas de automóveis sofisticados como Mercedes ou BMW, muito mais preocupadas com níveis de decibéis nos ouvidos de seus refinados motoristas, teriam adotado a correia de borracha.

É mais ou menos óbvio que a de borracha tem custo muito menor que a metálica. Mas só sob o ponto de vista da fábrica do automóvel, pois para o bolso do cliente pode se transformar numa bomba relógio, pois tem duração limitada e exige trocas periódicas, enquanto a corrente metálica dura a vida toda e “mais seis meses”...

Dois problemas adicionais com a correia de borracha: as oficinas abusam do cliente no momento de sua substituição e “empurram” também a troca do rolamento/tensor, encarecendo desnecessariamente o custo da operação. Ainda pior é a correia se arrebentar: em geral, como deixa de haver o sincronismo entre o movimento das válvulas e dos pistões, elas batem neles e o estrago dentro do motor é monumental.

Por essas e por outras, a Fiat, ao lançar recentemente uma nova geração de motores (1.0 e 1.3 para o Uno) abandonou a correia dentada e voltou à metálica. A explicação nos bastidores é de que os frotistas reclamavam da correia dentada, pois encarecia a manutenção das suas dezenas de carros, além da dificuldade de levá-los para a concessionária, muitas vezes em locais distantes. Sem contar que, rodando em regiões de mineração ou terra, sua vida útil ainda é abreviada.

Assim como várias fábricas não aderiram à correia dentada, é provável que outras adotem o mesmo caminho de volta da Fiat, para alívio do consumidor.

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