As concessionárias, em sua maioria, costumam respeitar as listas de itens a serem examinados durante as revisões obrigatórias, aquelas feitas enquanto está valendo a garantia do carro.
Mas tem concessionária que não se satisfaz em cobrar o valor estabelecido pelo fabricante e inventa a necessidade de itens adicionais com um único objetivo: aumentar seu faturamento. Como as fábricas costumam fixar o custo destas revisões, os consultores técnicos já têm na ponta da língua o argumento para justificar o valor adicional: “O preço anunciado pela fábrica é para a revisão standard. Nós fazermos uma revisão VIP, ou super revisão”. Ou coisa que o valha. Chegam a afixar na parede da recepção os diversos preços para “oficializar” a empurroterapia. O fato é que, se o cliente concorda, acaba pagando o dobro ou o triplo por serviços desnecessários. E a lista de inutilidades não para de aumentar: limpeza de bicos, do corpo da borboleta da injeção, do tanque de combustível, da sonda lambda, lubrificação de portas e maçanetas, um sem-fim de invenções.
Como os clientes estão ficando também cada vez mais espertos, está cada vez mais difícil convencê-los. Existem alguns mais precavidos que, imaginando a pi-ca-re-ta-gem, chegam a levar a lista oficial de itens a serem revisados e contestar, caso a oficina acrescente mais alguns por conta própria.
Se o cliente já passou a reclamar, a oficina passou a reforçar seus argumentos. E algumas chegam a ameaçar o dono do carro, afirmando que, caso os itens extras não sejam autorizados, que o carro perde a garantia, pois este argumento realmente atemoriza o cliente. É um expediente usado principalmente em cidades em que a marca tem apenas uma concessionária, pois não dá para levar o carro em outra.
Entretanto, seja lá como for, o dono do automóvel pode por a boca no trombone, pois fábrica nenhuma cancela a garantia de um carro porque a sugestão de realizar um item desnecessário durante a revisão foi recusado.