Leitor da coluna quer saber como se faz para o carro pegar “no tranco”. Esta ação vem sendo condenada recentemente, mas ele alega que se cansou de vê-la no passado.
Se o motor de arranque ou a bateria não estão dando conta de virar o motor, uma solução é pedir uns três ou quatro “musculosos” para empurrar o carro. Ou deixá-lo descer ladeira abaixo, com a embreagem no fundo e a caixa engrenada em primeira ou segunda. Este “quebra-galho” não funciona no carro com câmbio automático.
Quando o automóvel atinge uma razoável velocidade, entre 5 a 10 km/h, tira-se o pé da embreagem. Como a marcha está engatada, a rotação das rodas vai movimentar o motor, substituindo o motor de arranque.
Por que evitar de fazer o motor pegar no tranco?
Se o problema foi a bateria que arriou enquanto o carro estava parado, porque os faróis foram esquecidos ligados, ou um defeito no motor de arranque, não há problema em fazer pegar no tranco. Entretanto, se o motorista deu na partida, o arranque virou, virou até acabar a bateria e o motor não pegou, a situação é outra. Pois, neste caso, se o motor se recusou a funcionar é porque havia algum problema mecânico ou elétrico impedindo seu funcionamento. Uma bobina queimada, vela suja, fio desconectado, injeção fora do ponto etc. Neste caso, não se deve jamais tentar fazê-lo pegar no tranco, pois o problema não foi sanado e o motor provavelmente não vai pegar. Mas, como ele está sendo movimentado pelas rodas, vai entrar o combustível (gasolina ou etanol) nos cilindros que não será queimado, pois o motor não pegou.
Este combustível que entrou pela admissão vai sair em estado líquido pelo escapamento, atingir o catalizador e danificá-lo irremediavelmente, sem possibilidade de reparo. Pois o catalizador é um equipamento com materiais nobres em seu interior, que provocam uma reação química para reduzir a nocividade dos gases do escapamento. Se, em vez dos gases, o catalizador receber combustível não queimado em estado líquido, estes materiais nobres se danificam e... era-se uma vez o catalizador!