Depende das condições de uso do carro. As velas, ao contrário dos freios, embreagem ou pneus, não sinalizam objetivamente ter chegado a hora de sua substituição. Mas as velas de ignição podem ter perdido sua eficiência sem que o motorista perceba. O consumo de combustível pode ter aumentado, o desempenho está deixando a desejar, o motor “tossindo” ou “espirrando”. Nem motorista e às vezes nem o mecânico imaginam que seja um problema de tão fácil solução, a simples troca das velas.
Mas, e se o carro não tiver atingido a quilometragem sugerida pelo manual do proprietário para a substituição das velas?
Aí está o “xis” da questão: o carro pode não ter rodado quilometragem suficiente para a troca das velas. Mas o motor já trabalhou um número de horas suficiente para aposentá-las. Como assim?
As velas não se desgastam como os pneus (só quando o carro está rodando), mas sempre que o motor estiver em funcionamento, mesmo com o carro parado. Muitas vezes o motor funciona sem a indicação de um quilômetro sequer no hodômetro. É o caso do carro que roda com frequência no trânsito urbano: o automóvel fica mais parado do que rodando, pode ter registrado no hodômetro apenas 200 ou 500 metros, mas o motor funcionou por dez, quinze ou vinte minutos. Na estrada é o contrário: se o motor está funcionando, a quilometragem vai sendo registrada.
Então, o motor de um carro que rodou 50 mil km pode ter funcionado mais horas do que outro com 100 mil km no hodômetro.
Dica interessante é reduzir pela metade a quilometragem para a troca das velas, caso o carro seja usado com muita frequência no trânsito urbano. Se o manual recomenda sua substituição aos 100 mil km, faça a troca aos 50 mil. Ou até antes: preste atenção no funcionamento irregular do motor, no excesso de consumo ou outros sinais de que as velas já deram o que tinham que dar.