A Expectativa Temer

13/05/2016 às 21:37.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:26

Na reunião que teve antes da posse com o núcleo duro de seu Governo – assessores e os ministros palacianos – o presidente Michel Temer revelou que pretende dar um recado claro ao país: reverter a expectativa negativa dentro de um mês. Temer considera os próximos 30 dias cruciais para seu governo. Ele quer dar sinais para o mercado e investidores internacionais de que vai segurar o país. Mas principalmente para o povo, para conquistar o apoio popular rapidamente. O Planalto encomendará pesquisas.

Dilma já era

Um consenso no grupo Temer é que, se não virar a situação nos próximos seis meses, seu governo também dança. Querem dizer: dança para tentativa de reeleição em 2018.

Consórcio

Temer escalou os senadores do PMDB e PSDB para monitorar o humor dos colegas, para que não haja surpresa no julgamento do impeachment. A vantagem hoje é um voto. 

Passando o rodo 

Na reunião ministerial de ontem, os ministros saíram com a impressão clara do recado do chefe: é para fazer a limpa em todos os altos cargos e de confiança nas pastas. 

Novo DG

A Associação dos Delegados de Polícia Federal pretende entregar para o presidente Temer lista tríplice com indicações para diretor-geral da PF. Leandro Daiello deve ser substituído após os Jogos Olímpicos, e a vaga por lei é de um delegado. Daiello e o ex-AGU José Eduardo Cardozo devem abrir um escritório de advocacia em Brasília. 

Tchau, querida

A ex-deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) ganhou no Ministério da Defesa entre os militares o apelido de Perpétua, A Breve. Com pose, ela ocupou por apenas dois meses um cargo estratégico da pasta, a Secretaria de Produtos de Defesa.

Na bagagem

Perpétua controlou os contratos e licitações de compras bilionárias de armamentos e equipamentos das Forças, algo estratégico para a soberania, cargo tradicionalmente de um militar técnico. Dançaram também dois aliados comunistas: Ronaldo Carmona, assessor de planejamento, e Francisco Teixeira, no Instituto Pandiá Calojas. 

Quase lá, de novo

Por algumas horas, antes da posse, Antônio Mariz, o advogado paulistano amigo do presidente Temer, foi o preferido para o Ministério da Defesa. O PPS fez valer o apoio.

Eminência parda

Um senhor anônimo esteve ao lado direito de Temer no discurso de posse. Era o principal assessor de Eduardo Cunha. Foi recado de que o deputado está no governo. 

Família problema

O PTB do Distrito Federal está numa situação delicada. A comissão provisória do partido tem mandato até outubro, mas pode cair antes. Fazem parte o ex-senador preso Gim Argello, seu filho Jorge Argello Jr., e Paulo Argello, irmão de Gim.

Parceiro$

A Operação “Lava Jato” deve voltar com força. Investigadores identificaram que o ex-senador Gim Argello não atuou sozinho na blindagem de empresários na CPI Mista da Petrobras em troca de propina. Há deputados envolvidos. 

Óleo na pista

O novo governo está preocupado com um dado descoberto. Concessionárias de rodovias correm risco de quebrar até julho se não houver aporte do BNDES. Assim como as dos aeroportos, estas concessionárias atrasam repasses à União.

Saldo no pedágio

Uma das empresas fatura R$ 1 milhão por dia, mas tem R$ 150 milhões em obras para pagar e contratar por acordo. E o bancão está fechando a torneira.

Vendeta

A ponta de sorriso esporádica no rosto do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é sinal da vendeta pessoal contra Dilma Rousseff, que sempre o criticou no Governo Lula.

Ponto Final

“A raiva precisa acabar. Não se faz política com o fígado. Em política não se tem inimigo, mas adversário, aquele que adversa, está do outro lado. Não entender isso é comprometer as bases do sistema democrático”

Do então vice-presidente Michel Temer, em março de 2015.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por