A ordem do PMDB: abandono imediato

29/03/2016 às 07:45.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:41

O PMDB terá um grande teste a partir de hoje, quando anunciará o seu rompimento com o governo Dilma Rousseff: provar que não é fisiologista. A ordem no partido, segundo um cacique, será a imediata entrega de cargos nos sete ministérios e nos segundo e terceiro escalões destas pastas – são quase mil vagas. Ontem à noite o ministro do Turismo, Henrique Alves, foi o primeiro a pedir demissão. O próximo seria Helder Barbalho (Pesca). A executiva de Minas decidiu aderir ao Comando Michel Temer. Apenas os diretórios de Sergipe, Alagoas e Amazonas estavam reticentes.

A guinada
Até a última quarta-feira “santa”, Michel Temer, que pretende herdar o governo em caso de impeachment, tinha só 12 dos 27 diretórios, mas deu uma guinada na quinta.

Efeito boiada
A adesão do diretório do Rio ao Comando Temer foi fundamental para que executivas estaduais seguissem a onda ontem. O PMDB do Rio sempre apoiou Aécio Neves.

Fogo amigo
Alguns deputados criticam o apego ao cargo que o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, mantém. Ele é quem segurava o diretório amazonense pró-Dilma.

UFC Impeachment
Foi emocionante e tumultuado, digno de documentário de UFC para TV, aquele que seria um simples protocolo de novo pedido de impeachment da presidente Dilma. Desta vez por parte da OAB Nacional. O presidente Cláudio Lamachia foi cercado por 100 manifestantes pró-Governo aos gritos de “Golpista”. Teve claque dos dois lados.

Protesto Ninja
Lamachia sofreu pelo menos três tentativas de agressão com socos e até voadora de homens pró-Dilma. A Polícia Legislativa cercou o presidente da OAB. Já o presidente da seccional Brasília, Juliano Costa Couto, foi agredido aos empurrões e quase rasgaram-lhe o terno, e também saiu escoltado da Casa.

Mortadelas x Coxinhas
No Salão Verde, mais trabalho para os agentes. Houve duelo verbal entre advogados que gritaram “Lula Ladrão! Seu lugar é na prisão” e manifestantes pró-governo com o famoso “Não vai ter golpe!” e “Não passarão!”.

Rompimento
O deputado petista Wadih Damous (RJ), ex-presidente da OAB-RJ, maior defensor de Dilma e Lula, rompeu com a Ordem e com Lamachia. E os chamou de golpistas.

Sangue nos olhos
Wadih revela que esteve com Lamachia para demovê-lo da ideia do processo, e não foi ouvido. Ficou com os olhos marejados. De raiva. “A OAB não pode tomar partido”, diz.

Irreversível, chefe
Dilma Rousseff escalou o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, como interlocutor para tentar frear a debandada do PMDB. Mas em conversa com a petista no Palácio do Planalto, Braga mencionou em vários momentos a palavra “irreversível”.

Fogo no celeiro
O relator da comissão especial de impeachment, Jovair Arantes (PSD-GO), não passa no teste de fidelidade. Atua para derrubar o governo no qual é padrinho político de ocupantes de cargos estratégicos; como Lineu Olímpio de Souza, presidente da Conab.

Toalha jogada
Parlamentares da base do governo na Câmara já jogaram a toalha. Um em cada três aposta na aprovação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Depositam as esperanças no Senado, onde o clima de derrota é o mesmo. Já expoentes do Planalto cravam que podem conseguir pelo menos 190 votos, mesmo sem PMDB.

Caravana a caminho
Integrantes do MST encontraram a mina de ouro. Realizam uma peregrinação com destino ao município de São João D’Aliança (GO) para ocupar as terras do ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) Abib Miguel, conhecido como Bibinho.

Fantasmas
Abib Miguel foi condenado a mais de 37 anos de prisão por associação à organização criminosa que promovia a nomeação de funcionários fantasmas para cargos em comissão na Assembleia. A fraude gerou um rombo de R$ 216, 8 milhões.

Ponto Final
Fernando Collor deve ter sentido uma inveja de Dilma com esse UFC na Câmara entre prós e contras ao Governo. Com ele houve unanimidade. Contra, lembram-se...

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