Dilma quer demitir ministros do PMDB, menos Kátia

30/03/2016 às 21:44.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:42

O plano da presidente Dilma é demitir cinco ministros do PMDB e manter apenas a ministra Kátia Abreu, da Agricultura, pela fidelidade dela desde o início do governo. As razões são simples. Comandante da CNA, Kátia pode segurar os empresários do agronegócio com o governo. E com cinco ministérios importantes para negociar, Dilma tem a chance de manter pelo menos 100 votos do PP, PR e PSD no plenário, contingente que os ministros do PMDB não entregam.

Só em 2018

Helder Barbalho (Portos) quer ficar. Ele é candidato ao Governo do Pará em 2018. Mesmo plano de Eduardo Braga (Minas e Energia), que pretende voltar ao Amazonas.

Foi tenso

Líder do debandado PMDB na Câmara, que emplacou três ministros, Leonardo Picciani se reuniu com o ministro Ricardo Berzoini (Governo) por duas horas ontem.

Saldo no vermelho

Picciani entrega uns 25 votos do total de 68 da bancada. É muito pouco para quem manda muito na Esplanada. O Palácio quer ceder suas pastas a outros partidos.

Bola quicando

A advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido do impeachment da presidente Dilma, deixou uma bola quente quicando na marca do pênalti para a “Lava Jato” na comissão. Levantou suspeita sobre remessas do BNDES para países onde o marqueteiro João Santana prestou serviços em campanhas de políticos aliados do PT.

Os três sem votos

A maioria do PP (35 de 49 deputados) quer pular da nau. Os que tentam emplacar ministros para Dilma são três deputados: Dudu da Fonte (PE), Cacá Leão (BA) – candidato à Integração – e Fernando Monteiro, sobrinho de José Mucio (TCU).

À mesa

Os ministros Helder Barbalho, Eduardo Braga, Kátia Abreu e Marcelo Castro (Saúde) jantaram com o presidente do Congresso, Renan Calheiros, na terça. Renan torce para que o processo pare na Câmara.

Lula & Sarney

O ex-presidente Lula conversou com José Sarney na casa do cacique no Lago Sul em Brasília semana passada.

Dudu & PB

Pode ser só encontro de amigos, mas numa hora dessas vale o registro. Dudu da Fonte (PP) almoçou ontem com o ex-ministro Paulo Bernardo na Tratoria da Rosário.

Emoções à pele

Há clima de Fla x Flu até na fila para entrar no plenário da comissão do impeachment. Atrás dos deputados Wadih (PT-RJ), Chinaglia (PT-SP) e Fontana (PT-RS), um grupo pró-impeachment entoava sambinha em homenagem a Lula: “Não tenho nada Excelência/ Tudo é de um amigo meu”, de autoria do cantor Boca Nervosa.

Culpa do marketing?

Ex-deputado e ex-petista, Fernando Gabeira diz que iniciou a “contagem regressiva para o impeachment da presidente”. Afirma que o primeiro passo do PT para o fundo do poço foi ter cedido à sedução dos “magos do marketing.”

Agora, opositor

Sabem quem comemorou muito a saída do PMDB do Governo? O ex-ministro do Turismo Pedro Novais (PMDB-MA), apeado do cargo após a Operação Voucher da PF na pasta. “Éramos apenas aliados ‘nominais” – com nomes em ministérios”, resumiu.

Debandada discreta

Quem mapeia é o deputado Wadih Damous, ex-presidente da OAB-RJ: vários conselheiros da Ordem recém-eleitos nos Estados estão deixando os cargos, contrariados com a adesão das seccionais ao pedido de impeachment de Dilma.

Cor do perigo

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) está repensando o guarda-roupa nestes tempos de paixões ideológicas. “Eita! Estou de saia vermelha; e vermelho hoje é risco de vida” .

Racha

O Partido da República, controlado pelo mensaleiro Valdemar da Costa, está rachado. Metade quer votar com Dilma. A outra metade, também, mas não larga o Transportes.

Ponto Final

De um cacique que circula pelo Poder desde que Dom Pedro soltava pipa: mesmo que ela fique, como Dilma vai governar com menos de 200 votos?

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