Lula desiste de salvar Dilma

10/06/2016 às 07:56.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:49

De passagem por Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dedicou a tarde de terça-feira a tentar reverter a posição de um seleto grupo de senadores que votaram pelo impeachment da sucessora Dilma Rousseff. Concentrou o mutirão sobre parlamentares do Distrito Federal e do Nordeste. Voltou para São Paulo menos otimista e retomará a bandeira de antecipação das eleições. Sua última chance, já que hoje lidera as pesquisas.

Trio ‘indeciso'
A articulação de Lula foi centrada nos três senadores do DF: Cristovam Buarque (PPS), Reguffe (sem partido) e Hélio José (PMDB). Mas o trio ‘indeciso’ tem viés pró-Temer.

Da terra
Lula tentou a pressão sobre os senadores Antonio Carlos Valadares (SE) e Roberto Rocha (MA) – nomes potenciais para mudar de voto.

Vitrine
O show de eloquência de José Eduardo Cardozo na comissão do impeachment tem destinatário. Futuros clientes para seu escritório de advocacia. E vai cobrar caro.

Fiesp com Temer
O encontro de 199 grandes empresários associados à Fiesp com o presidente Michel Temer tem nome: retomada do crescimento e não ao aumento de imposto. Este foi o chavão que será repetido pelos executivos nas suas empresas e na sociedade. Temer não declinou na cobrança. O tema impostos sobrevoa seu Governo, mas ainda sem pouso.

Cheque especial
A CUT, que bancou a ida de manifestantes a Genebra para protestar na assembleia da OIT, é exceção na praça. Todas as outras centrais e sindicatos diretamente ligados ao PT e outros partidos da esquerda estão com saldo no vermelho.

Freio na verborragia
Dirigentes petistas e ex-ministros de Dilma reavaliam estratégia de participação nos movimentos “Fora Temer”. Consideram que os últimos protestos foram tímidos e só voltam a integrar as frentes de rua se houver maior adesão daqui para frente.

Fineza
Ré na Lava Jato, a jornalista Cláudia Cruz, esposa de Eduardo Cunha, adora móveis finos italianos. O marido cogitou abrir show room em Manhattan para ela. 

Acorda, senador!
Hélio José, figura simpática da Casa, ganha o apelido de Avoado. Passou na frente das câmeras na sessão da comissão do impeachment e levou bronca dos cinegrafistas.

Sob o pito
O trio da Comissão do Impeachment Raimundo Lira (PMDB-PB), Antônio Anastasia (PSDB-MG) e Simone Tebet (PMDB-MS) tentou encurtar o processo, mas recuou. Pesou um pito do senador Renan Calheiros, lembrando o regimento.

Mais um
Relator do processo de cassação do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) tem sofrido ameaças e pressões dentro e fora do Congresso. “Vou até o fim”, repetia no Salão Verde, sem entrar em detalhes sobre as tentativas de intimidação. Ele deve acionar a Polícia Federal para escolta.

Ilan & Itaú
“Nós devemos votar aqui pelo sistema do Senado ou devemos votar no site do banco Itaú? Nós estamos colocando um representante da Febraban, um banqueiro, para cuidar da economia brasileira?”, grita o senador Roberto Requião, sobre o novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ex-executivo do bancão privado.

Levy & Bradesco
Requião é chamado de João Bobo pelos colegas. Lembram que o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy foi egresso do Bradesco e foi um bom gestor (ou tentou).

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por