A crescente violência no trânsito de BH

02/05/2017 às 17:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:22

O número de mortes por atropelamentos em Belo Horizonte cresceu 44% de janeiro a novembro do ano passado, passando de 32 para 46 casos nesse período, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (Sesp). Em média, são registrados cinco casos por dia, o que representou 1.598 ocorrências em 11 meses de 2016. Esse número salta para 3.383 vítimas em dois anos. 

Levantamento do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII mostra também que de 2011 até o ano passado, 14.027 pacientes deram entrada na unidade por esse motivo, sendo que 598 acabaram perdendo a vida. Só em 2016, o hospital recebeu 1.889 vítimas de atropelamento, das quais 81 morreram. 

Entre as principais vítimas estão os idosos acima de 60 anos (43%), seguidos por pessoas entre 51 e 60 anos (14%) e de 41 a 50 anos (11%). A combinação da imprudência de motoristas – que dirigem, muitas vezes, em alta velocidade, falando ao celular ou alcoolizados – e a falta de atenção dos pedestres tem engrossado as estatísticas. No entanto, muitas vezes, pessoas que tiveram poucos ferimentos acabam desistindo de registrar a ocorrência.

Outro fator que tem contribuído para o aumento dos casos de atropelamento, conforme matéria publicada ontem neste jornal, é a falta de manutenção nas grades dos principais corredores de tráfego de Belo Horizonte, como nas avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos e Nossa Senhora do Carmo, o que acaba levando pedestres ao risco de atravessar vias de extremo perigo.

As estatísticas expõem também outro dado cruel da violência no trânsito. Em muitos casos, vítimas de atropelamento chegam a ficar anos acamadas se recuperando das sequelas, necessitando, muitas vezes, de profissionais especializados e da ajuda da própria família. As maiores complicações são os traumatismos cranianos, fraturas expostas e lesões internas de órgãos como o fígado e baço. </CW> Por outro lado, motoristas ainda contam com a impunidade, o que tem agravado ainda mais a situação não só em Belo Horizonte, mas em todo o país.

No entanto, para que haja uma redução nos casos de violência no trânsito, é necessário intensificar os investimentos em campanhas de conscientização não só de pedestres, mas também de motoristas. É prudente ainda aumentar o rigor da legislação para a penalização do motorista infrator contumaz.

  

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