A nossa parte no avanço do Aedes

03/05/2017 às 17:53.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:23

Geralmente, os políticos são os culpados de tudo o que ocorre de ruim na vida da população. Na maioria das vezes, a responsabilidade é deles mesmos, seja por atitudes que vão em sentido contrário ao espírito necessário para exercer uma função pública ou por incompetência mesmo. Mas sofremos, hoje, alguns males que surgem também em decorrência de atitudes da própria população. 

Os avanços das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, ano após ano, provam que se os governos não estão conseguindo controlar ou acabar com esse inseto que já vitimou milhões, mas também indicam que a população ainda não se conscientizou de verdade do risco que ela própria provoca. 

Mostramos na edição de hoje como os casos de chikungunya em Minas Gerais estão concentrados em uma região relativamente pequena do Estado. Ainda não há uma razão cientificamente comprovada para a alta, mas essa região tradicionalmente é a que registra alguns dos maiores índices de infestação do mosquito. O maior município, Governador Valadares, tem cerca de 8,5% das construções e lotes com focos do Aedes. Não é por acaso que a cidade é a campeã de casos de chikungunya no país. 

Alguns fatores podem ter contribuído, segundo especialistas, para essa explosão de registros de uma doença que poucos haviam ouvido falar antes do início deste século. As altas temperaturas e umidade elevada podem contribuir para reprodução rápida do vírus, originário da África. No entanto, são fatores que apenas favorecem a aclimatação do transmissor, não a presença dele. 

O combate direto aos focos do Aedes sempre será a medida mais eficaz. Mas Valadares e região, há anos, não conseguem eliminar os focos. 

O poder público falha, sim, na incapacidade de conter um inseto tão pequeno, mas a própria população erra ainda mais quando aponta culpados no gabinete da Secretaria de Saúde, mas esquece de olhar para dentro da própria casa ou do próprio quintal.
O avanço dessas doenças pode ser só um aviso de que tem que haver uma mudança realmente forte no modo de vida da população. Infelizmente, parece que a maioria aguarda uma grande tragédia para mudar de postura. Aí, poderá ser tarde demais.

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