A persistente crise no emprego

18/10/2017 às 20:53.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:17

 A face mais cruel da crise econômica e política é o desemprego. Sem trabalho, pais e mães de famílias não têm de onde tirar o sustento dos filhos. Nem deles mesmos. E apesar de políticos insistirem em dizer que a economia está melhorando, os índices de emprego insistem em mostrar que a história não é bem assim.

O fraco desempenho da indústria e do setor de serviços tem eliminado muitos postos na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Mais dependentes desses segmentos, a capital e cidades do entorno sofrem com mais intensidade do que municípios do interior do Estado.

A taxa de desemprego no segundo trimestre deste ano na Grande BH chegou a 16,2%, a maior desde 2012, quando foi iniciada a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua). Quem faz a coleta dos dados é o IBGE.
Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo da indústria no segundo trimestre foi negativo em 470 vagas. Ou seja, fecharam mais postos de trabalho do que abriram. Isso, em um período em que já se começava a falar na tal sonhada recuperação econômica.

Pior ainda é saber que ter um diploma não é garantia de emprego. Nem de um bom salário. Em todo o país, entre os profissionais que concluíram o ensino superior nos últimos dois anos, a maior parte recebe salário inferior a R$ 3 mil, segundo levantamento pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp).

A pesquisa aponta ainda a desvalorização da licenciatura – enquanto 50% dos profissionais dos cursos de bacharelado recebem abaixo de R$ 3 mil, na licenciatura o percentual sobe para 88%.Dos oriundos da rede pública, quase 22% ganham menos de R$ 1 mil, 54% têm salário entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, 17% recebem entre R$ 3 mil e R$ 5 mil e somente 6% têm renda acima de R$ 5 mil. Entre os egressos da rede particular, 23% ganham menos de R$ 1 mil, 48% estão com faixa salarial de R$ 1 mil a R$ 3 mil, 22% recebem de R$ 3 mil a R$ 5 mil e 7% têm salário acima de R$ 5 mil.

Muito pouco para ter qualidade de vida em um país com custos tão alto, com valores exorbitantes para morar, comer, estudar e cuidar da saúde.

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