O grande cantor e compositor Gonzaguinha, que morou durante um bom tempo na região da Pampulha, escreveu em um dos maiores sucessos da música popular brasileira, “O que é o que é?”, que preferia ficar com a pureza da resposta das crianças para saber para que serve a vida.
Hoje, como presente pelos 120 anos da capital mineira, fazemos como o artista e perguntamos a alunos do 5º ano de uma escola o que eles ofereceriam de presente para a cidade neste aniversário.
Curioso é perceber que mesmo com 10 ou 11 anos, nossos pequenos já possuem muita noção do que acontece em uma metrópole tão grande como BH e quais são os desafios que precisamos superar para melhorar a qualidade de vida dos moradores.
Um aluno, por exemplo, pede mais semáforos, radares e podas das árvores que tampam as placas. Só quem circula pela cidade percebe o quanto a nossa sinalização é deficiente, e quando existe, é escondida pelas árvores.
Outra criança pede mais creches, um assunto extremamente atual e que o município precisa evoluir mais, apesar de bons avanços nas gestões anteriores. Mais acesso à saúde, educação, esporte e lazer também foram citados pela turminha do bairro Guarani.
Você, leitor, certamente vai reparar que os presentes à capital não fogem daquilo que é proposto por quase a totalidade de candidatos às prefeituras e câmaras municipais de uma cidade como a nossa.
Mas a lista de presentes dos pequenos revela que, apesar de sabermos as necessidade de cor, não estamos sendo capazes de colocar em prática as soluções para problemas básicos que atormentam a vida da população.
Uma escola de qualidade, um posto de saúde com medicamentos e médicos, espaço gratuito para praticar um esporte, ou mesmo só para tirar a meninada de casa, e um transporte eficiente são coisas que fazem realmente a diferença no dia a dia das pessoas, e não acesso a bens de consumo, construção de grandes avenidas, imensos centros de exposição ou grandes aeroportos.
Que nos próximos 120 anos possamos nos concentrar mais em dar a BH aquilo que essas crianças queriam, mas não podem, pelo menos ainda. Mas nós, adultos, de diversas maneiras, podemos começar já a construção de uma cidade mais pura.