A volta de antigos males

09/01/2017 às 21:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:22

A ocorrência de casos suspeitos de febre amarela em algumas regiões de Minas aciona um alerta das autoridades de saúde não só de Minas, mas também do país. A doença já matou milhões de pessoas no Brasil e no mundo, e o possível reaparecimento dela deve ser tratado com toda a seriedade não só pelos governos, mas também pela população em geral devido ao seu alto índice de letalidade. 

Para a maioria das pessoas, a febre amarela não faz parte do dia a dia. Não há um caso registrado em áreas urbanas desde a década de 1940. A partir daí, todos os registros foram de pessoas infectadas em áreas rurais e florestas ou fora do país. 

Só que existe um detalhe que justifica toda a preocupação dos especialistas com um surto da doença tão próximo a regiões populosas, como é o caso do Vale do Rio Doce. A febre amarela pode ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, chikungunya e zika. E os novos casos da doença mais grave ocorrem justamente em uma região de Minas que já sofreu com a infestação desses mosquitos e, consequentemente, da dengue. Ou seja, caso o vírus “entre” em cidades como Governador Valadares ou no Vale do Aço, as consequências seriam trágicas. Além disso, a região é cortada pela BR–116, a famosa Rio-Bahia, uma das principais ligações entre as regiões Sudeste e Nordeste do país, o que contribuiria para espalhar o vírus. 

Por isso, as autoridades precisam se mobilizar, mas as pessoas também necessitam de ficar ainda mais atentas quanto aos focos do Aedes dentro das residências. Quem precisa circular por essas áreas e não sabe se está ou não imunizado, deve procurar a vacina imediatamente. 

Além da febre amarela, destacamos também hoje o aumento no número de casos de caxumba e a suspeita da chamada “falha vacinal secundária”, o que significa que a imunização pode não estar sendo suficiente para evitar as manifestações, principalmente entre as pessoas mais velhas. Embora sejam raros casos graves, a doença praticamente inutiliza um trabalhador durante semanas. 

Se não bastassem a política, a economia e a segurança pública, o brasileiro poderá assombrado em 2017 por outros males que pensávamos estarem restritos aos livros de ciências. 
 

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