Dezembro chegou carregado de chuva e tempestades. Com elas, vieram também as más notícias. Bastaram quatro dias para que Minas Gerais registrasse inundações, alagamentos, deslizamentos e desaparecimentos de pessoas e mortes. Pelo menos cinco mineiros perderam a vida, conforme a coordenadoria estadual da Defesa Civil. Sete municípios decretaram situação de emergência. E o pior é que a temporada chuvosa está só começando.
Apenas na capital mineira, a chuva atingiu 91% do previsto para todo o mês somente nesses quatro dias. O volume d’água surpreendeu até as autoridades e causou um estrago enorme cidade afora. Foram contabilizadas 308 ocorrências relacionadas às fortes chuvas, média de 77 solicitações por dia.
Os principais pedidos de ajuda foram relacionadas a alagamentos, riscos de deslizamentos ou deslizamentos concretos, além de ameaça de desabamento de muro.
Um dos maiores riscos agora são os deslizamentos. Mais de 500 famílias estão em estado de atenção.
Outro perigo são as descargas elétricas. Há um alerta e uma possibilidade de incidência de raios em todas as regiões da capital. E pelo menos até a próxima sexta-feira continuam as pancadas de chuva.
Mas engana-se quem pensa que a quantidade de chuvas já conseguiu encher os reservatórios no estado. Apesar do grande volume de água, a recuperação do nível dos lagos das hidrelétricas apenas começou. De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), o nível de armazenamento nas usinas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste está em cerca 19,5%.
A perspectiva do órgão é chegar em abril com 40% do nível de armazenamento. Só então poderemos vislumbrar uma queda na conta de luz. Hoje em vigor, a tarifa vermelha provoca um aumento R$ 3,50 para cada 100 quilowatt/hora consumido.