Antiga Cidade Jardim vai virando concreto

20/07/2017 às 19:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:40

Quase tudo no serviço público hoje está pela metade ou incompleto. Os gestores afirmam que não há dinheiro para fazer além do básico e cumprir as obrigações. Neste ambiente, áreas de menor impacto na população vão sofrendo com cortes drásticos de orçamento. 
As questões ambientais nunca foram prioridade no Brasil. Vemos hoje o aumento, por exemplo, da degradação da floresta amazônica e um esforço grande para redução de áreas protegidas. Se tratamos nosso maior patrimônio natural assim, imagine o que a natureza sofre dentro dos centros urbanos. 
Mostramos hoje como o trabalho de combate a praga do besouro metálico está sendo feito de uma maneira incompleta. O período entre a supressão da árvores e a retirada completa da raiz do vegetal permite que as larvas do inseto possam se desenvolver e afetar outras espécies próximas. Ou seja, a eficácia do processo está completamente comprometida com as falhas no manejo. 
Como já dissemos aqui, a Prefeitura de Belo Horizonte e mesmo a população da capital precisam fazer uma escolha em relação ao tratamento das árvores nas vias públicas. Vamos ficar gastando dinheiro público em soluções mal planejadas e executadas na base do “vai assim mesmo”? Vamos gastar dinheiro na tentativa de recuperar as espécies existentes, muitas inadequadas ao ambiente urbano e trazendo risco à população que circula em torno delas? 
Ou vamos refazer todo o planejamento de reflorestamento da cidade, se podemos dizer assim, encomendando estudos a especialistas renomados para o uso de espécies nativas, adaptadas e resistentes a pragas e que podem permitir que a cidade possa pleitear novamente o título que já teve? 
Não seria melhor sacrificar 5 mil exemplares de uma espécie mais propensa a pragas para salvar outras 300 mil? 
Parece que a questão das árvores no país está sendo tratada mais na base da motosserra do que com planejamento e referências de quem entende do assunto. E a antiga “Cidade Jardim” vai se entregando cada vez mais ao concreto.

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