Armas brancas na prática de crimes

24/11/2017 às 23:00.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:53

O porte de arma branca com lâmina maior que dez centímetros, como facas e canivetes, é proibido em Minas. Apesar disso, pelo menos oito pessoas foram flagradas por dia em Minas, neste ano, carregando esses artefatos. De janeiro a agosto, foram 1.983 conduções às delegacias – 14% a mais comparado ao mesmo período de 2016. Em Belo Horizonte, o aumento foi ainda maior, de 20%. Só na capital mineira 46 pessoas foram mortas por ferimentos provocados por objetos perfurocortantes. 

Historicamente usada na violência doméstica, assaltos com o uso de arma branca chamam cada dia mais a atenção de autoridades. Em uma semana, ao menos três pessoas foram feridas por ladrões em Belo Horizonte. O último e mais trise episódio envolveu o professor da UFMG Antônio Leite Radicchi, de 63 anos. Ambientalista, ele perdeu a vida após ser esfaqueado por um homem dentro de um ônibus. 

Segundo a polícia, esse tipo de arma branca tem caído no gosto da bandidagem. Facas, tesouras e até pedras saíram dos crimes da esfera doméstica, quando a mulher é violentamente atacada dentro de casa, para ganhar as ruas. Um dos motivos é dificuldade para conseguir armamento de fogo. Até no mercado negro os preços de revólveres e pistolas costumam ser caros. 

Há quem alegue que portar arma branca, seja ela qual for, é uma forma de se defender de ataques. Mas a polícia alerta que nunca se deve reagir a um assalto ou roubo. Canivetes, pequenas facas e outros objetos podem acabam se tornando um perigo a mais para quem sente-se vulnerável. 

No lugar da arma, os especialistas recomendam precaução. Com as pessoas com os nervos à flor da pele, descontando a raiva no mundo em quem passa na frente, policiais enfatizam a importância de se evitar embates no trânsito ou na rua, por exemplo. Quantas mortes por motivos banais, como disputa por uma vaga para o carro, já noticiamos? 

Vale lembrar que a lei não abre exceções. Pessoa flagrada com objeto cortante, dentro do que preconiza a norma, pode ser enquadrada mesmo que o seu intuito não seja criminal. 

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