O cidadão tem o dever de acompanhar o que a cidade está precisando e avisar aos representantes escolhidos pela maioria sobre os problemas e apontar alguma solução. A partir daí, abre-se para toda a cidade a discussão para que a situação torne-se um projeto de lei, tramite na Câmara, seja avaliada em plenário e, se aprovada, sancionada pelo prefeito. Esse é um dos caminhos básicos de uma proposta que muda uma norma na cidade.
O problema é que muitos resumem a sua participação na vida da cidade ao ato de votar e simplesmente ignoram completamente a concretização das propostas de campanha em leis ou em projetos.
É o que ocorre, por exemplo, com o processo de legalização dos aplicativos de transporte. O assunto foi um dos que teve maior repercussão na capital no ano passado. Quase todos os candidatos fizeram propostas sobre o tema, mas, a partir do momento em que se passou a eleição, o engajamento das pessoas não foi o mesmo.
A questão virou mais uma briga entre a empresa, taxistas e a prefeitura, por meio de decretos e ações no Poder Judiciário, sem a participação direta da sociedade.
Mas ainda há esperança. Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Vereadores traz de volta o assunto para o fórum onde ele tem que ser discutido primeiro: o Legislativo. Basicamente, o texto busca tirar as restrições imposta aos aplicativos por meio de um decreto da PBH editado no ano passado.
Sem entrar no mérito, somente a apresentação do projeto já foi suficiente para que outras propostas sejam apresentadas, buscando um meio termo em torno do assunto. Há a oportunidade aí não só de se discutir os aplicativos, mas vários outros aspectos envolvendo o transporte de passageiros na cidade.
É nesse ponto que a participação do cidadão é essencial, dando a opinião, indo às audiências públicas e debatendo com os vereadores, que são cidadãos como todos nós.
Antes de ficar reclamando de que os políticos estão ruins, de que todos ganham muito sem trabalhar, que não fazem nada para melhorar a vida da população, experimente acompanhar uma discussão como a dos aplicativos de transporte. Você escolheu seu representante, mas não deu um cheque em branco para ele fazer o que bem entender.