Cuidado com propostas mirabolantes

25/09/2016 às 17:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:58

Uma das peças mais importantes de uma campanha de um candidato a prefeito é o Programa de Governo. Nele estão as principais diretrizes que o concorrente promete seguir caso seja eleito pela população. Isso tudo é documentado no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais e pode ser acessado por qualquer cidadão. É uma promessa formal, escrita e assinada pelo político. Coisa rara de se ver. 

Por meio do Programa de Governo, fica mais fácil cobrar do candidato os compromissos assumidos e comparar aquilo que se prometeu com aquilo que é feito, caso ele seja eleito. É um bom termômetro também para saber se todas as propostas são viáveis ou realmente algo novo e transformador. Mas poucos, ou melhor, pouquíssimos eleitores têm o hábito de ler o programa de governo de um candidato. 

Na edição de hoje facilitamos um pouco a vida de você, eleitor da capital mineira, e trazemos alguns dos compromissos assumidos formalmente pelos candidatos à PBH. E não precisa ser especialista em administração pública para saber que algumas das propostas, se não são esdrúxulas, possuem aplicabilidade muito difícil. 

Dificilmente, com o quadro atual de crise econômica, algo que provoque custo a mais para os cofres públicos é viável nos próximos quatro anos. Pagar uma vacina que custa R$ 900 para toda a população da capital seria ótimo, mas pouco viável financeiramente. Além disso, a maior parte das doses de imunizações vem do Sistema Único de Saúde, que tem condições de pagar menos porque compra em maior quantidade. É difícil uma campanha de vacinação dessa magnitude não passar pelo SUS. 

Nessa reta final, muita gente aproveita para propor aquilo que o povo quer ouvir, mas que dificilmente será aplicado. Administração pública não é simples. Se fosse, muitos dos antecessores já tinham feito. 

Por isso, eleitor, não se deixe iludir com promessas de última hora que apontam soluções mágicas. Sempre pense no custo daquela obra ou do serviço proposto como solução, e de onde o candidato pretende tirar dinheiro em um quadro de dificuldade extrema de receita. 

Se você não domina um assunto, pesquise com servidores de escolas ou do posto de saúde. Eles vivem os problemas diariamente e saberão apontar as soluções. A partir daí, é só comparar com as propostas. 

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