Os governos precisam reforçar urgentemente os investimentos em políticas para reduzir o grande número acidentes de trânsito no Brasil - uma “epidemia” que tira vidas, deixa mutilados, além de consumir bilhões de reais. Dados da Organização Mundial de Saúde revelam que o país é um dos campeões em desastres de trânsito nas Américas. Perde apenas para a República Dominicana, Belize e Venezuela. Com estradas em condições precárias, motoristas que nem sempre respeitam as leis, excedendo na velocidade, Minas ajuda a engrossar essa triste estatística.
A cada boletim dos órgãos responsáveis pela segurança nas estradas, o número de mortos chama a atenção, mas a legião de pessoas que seguem a vida com sequelas e limitações devido aos acidentes também é estarrecedora.
Estatísticas revelam que ao menos 11 pessoas morrem todos os dias em acidentes de trânsito em Minas. No último ano, 4.317 vidas foram perdidas. E para cada óbito, outras seis vítimas ficam com sequelas permanentes e, muitas vezes, limitantes.
As pesquisas mostram mais de 30 mil acidentados que precisam conviver com amputações, paralisias e depressão. Um cotidiano de sofrimento para tentar seguir a vida com as limitações físicas.
O problema impacta ainda nos cofres do país, sobretudo da Saúde e da Previdência. A reabilitação dos pacientes mutilados nos acidentes costuma exigir cirurgias e tratamentos longos e de alto custo para um sistema público de saúde com poucos recursos e sobrecarregado por pacientes com diferentes epidemias, em função da pobreza e más condições de vida.
Muitos, após os desastres, se tornam incapazes de voltar ao trabalho devido a limitações físicas e psicológicas, passando a necessitar do auxílio da Previdência Social para sobreviver. Sem contar a dependência que os deficientes físicos em função de desastres passam a ter, da noite para o dia, dos familiares para seguirem em frente. Ou seja, é um ônus não só para aqueles que saem feridos, mas para toda a família.