Desconfiar é solução para evitar estelionato

03/07/2018 às 19:09.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:10


É crescente o número de pessoas, geralmente idosas, vitimadas em Minas pelos chamados golpistas dos precatórios, aquelas dívidas contraídas pelo poder público com quaisquer cidadãos, em valores acima de 60 salários mínimos - como o pagamento de desapropriações, por exemplo.

Segundo a Central de Conciliação de Precatórios (Ceprec) do TJMG, a cada dois dias surge uma denúncia no órgão de alguém que possa ter caído nesse “conto do vigário”. Ou seja, do início deste ano até o final de junho, quase 100 mineiros foram à Ceprec por terem sofrido, no mínimo, tentativa de estelionato. O número total de vítimas que sequer se deram conta dos crimes é incalculável.

Os golpes, de acordo com a Justiça, são de vários tipos. Num deles, criminosos, dizendo-se advogados, por exemplo, procuram as pessoas para comprar os créditos, geralmente por valores bem abaixo daqueles que os interessados de fato têm de fato a receber. 

O TJMG esclarece que em seu site está disponível o “valor de face” de cada precatório, correspondente ao da última liquidação do processo que originou a pendência. Tal valor, geralmente, teria de passar por correções que poderiam duplicá-lo ou até triplicá-lo antes de ser efetivamente quitado. E é este o “pulo do gato” dos estelionatários. Mostram cifras defasadas, documentadas no endereço do Tribunal, e oferecem valores ainda mais inferiores para assumir os créditos. 

Outra modalidade de golpe é aquela em que os estelionatários entram em contato com credores, como se fossem servidores do TJMG, e propõem aparentes bons negócios. Eles informam que, mediante pagamento de determinada quantia (R$ 5 mil, valor que tem sido recorrente), cobrirão custos processuais e conseguirão liberar o que o dono do precatório tem a receber. 

Uma das recomendações para não ser enganado é jamais transferir recursos a terceiros ou pagar taxas processuais a escritórios, empresas ou advogados sem consultar a real situação do precatório. O TJMG também garante que nunca telefona ou envia mensagens a credores, solicitando pagamentos. O que sustenta os criminosos, nesses casos, é a ingenuidade e a boa fé dos enganados. Por isso, muitas vezes, a desconfiança é a melhor precaução.
 

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