‘Dinheiro rosa’ que vale mais que ouro

02/02/2018 às 20:09.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:07

Pink Money (ou “dinheiro rosa”) é o termo utilizado para definir o poder de consumo da comunidade LGBT. E que poder! A estimativa é a de que esse público movimente cerca de US$ 3 trilhões ao redor do mundo. Por aqui, o montante também é de saltar aos olhos. Brilha como ouro. Segundo dados da associação internacional de empresas, a Out Leadership, só no Brasil, lésbicas, gays, bissexuais e trans injetam na economia aproximadamente R$ 420 bilhões por ano, o equivalente a US$ 133 bilhões. 

Belo Horizonte tem lugar de destaque nessa seara. O site especializado Guia Gay cita a capital mineira como a segunda cidade do país com maior número de estabelecimentos voltados para esse segmento, na frente do Rio e atrás apenas de São Paulo. Ao todo, são em torno de 50 empresas ou prestadores de serviços voltados para esse exigente e abastado público. 

Parte da fortuna do “pink money” é explicada pelo maior poder aquisitivo dos casais homossexuais. Segundo o Censo IBGE de 2010, no Brasil, enquanto as famílias formadas por pessoas de gêneros diferentes representam pouco mais de 3% da parcela que recebe entre cinco e dez salários, os casais LGBTs chegam a quase 10% desse grupo.

Uma das explicações é que a maioria dos casais LGBT não tem filhos. Estão livres de gastos como alimentação e educação dos herdeiros e podem investir em si mesmos. Viajam, estudam mais, comem em bons restaurantes, adoram sair para dançar, não economizam no guarda-roupa, e por aí vai. 

Não é à toa que o Turismo LGBT aparece como um dos setores de maior potencial para a indústria de viagens. Pesquisa recente da associação brasileira das agências aponta crescimento de 11% ao ano do segmento voltado para lésbicas, gays, bissexuais e trans – enquanto a indústria convencional registrou alta de apenas 3,5%.

Ainda de acordo com o levantamento, os passageiros realizam pelo menos quatro viagens por ano, em média, e 45% dos gays e lésbicas viajam para o exterior todos os anos – a média nacional é de 9%.

Ainda assim, apesar dos avanços, tem muito empresário que ainda insiste em fechar as portas e torcer o nariz para esse público. Ignorância sem tamanho que arranha a imagem e prejudica o bolso. 

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