Editorial: Dados explicam perdas dos taxistas

04/02/2017 às 00:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:41

Quem viaja constantemente por outras capitais brasileiras sabe que o serviço de táxi de Belo Horizonte é ruim. Em vários aspectos, estamos atrás do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, que também não possuem um serviço perfeito – bem longe disso. 

O número alto de infrações cometidas por esses profissionais indica os motivos para a perda de clientela. Segundo levantamento apresentado nesta edição, a cada hora um taxista é autuado pela BHTrans. E nessa conta não entram todas as infrações de trânsito. São irregularidades cometidas em relação à qualidade do serviço prestado, que e uma concessão pública. 

As paradas em locais inadequados, a falha mais frequente, tumultuam o trânsito e aumenta o risco de acidentes. O pedido da categoria de abertura de mais áreas de embarque e desembarque poderia minimizar os erros, mas regras têm que ser cumpridas por todos, profissionais do volante ou motoristas comuns. 
Chama a atenção a segunda infração no ranking de falhas cometidas pelos taxistas de Belo Horizonte no ano passado: “operar com o veículo em mau estado de conservação”. Nas queixas sobre a atuação dos motoristas de aplicativos de transporte executivo, como Uber e outros, os taxistas sempre dizem que possuem um gasto grande com manutenção e conservação dos veículos. Parece que muita gente anda relaxando nessa área e rodando com carros que não são adequados para o serviço. 

Outro fator que mostra a pouca qualidade do serviço de táxi de BH é a demora. Os 7.332 são insuficientes para a demanda. Sempre foram. Mesmo antes dos aplicativos, era comum ficar 30, 40 ou 60 minutos à espera de um carro. Quando chove então, parece que todos desapareciam, misteriosamente. 

Claro que não são todos os taxistas que cometem descuidos na hora de prestar o serviço, aliás, para muitos, pouca coisa mudou, mesmo com o aumento da concorrência. São justamente os que conseguiram fidelizar clientes por prestar um serviço diferenciado da maioria. 

O que a categoria precisa entender é que a população quer um serviço bom e adequado. Por isso, muita gente migrou para os aplicativos. Se quiserem recuperar terreno, os taxistas terão que sair da zona de conforto, mudar os modos de trabalho e lidar com algo que eles não são acostumados: concorrência. 

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