Erro médico mata mais que câncer no Brasil

22/11/2017 às 21:45.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:50

Um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostrou números assustadores e extremamente preocupantes. A cada minuto, ao menos dois pacientes morrem em decorrência de alguma falha nos hospitais públicos ou privados do Brasil. É a segunda causa de morte no país, só perdendo para doenças do coração.

Em 2016, ano a que se refere o levantamento da UFMG e do IESS, mais de 300 mil pacientes morreram por causa de erro médico, negligência ou algum incidente em hospital. De acordo com o estudo, as falhas em hospitais mataram por dia mais do que câncer, violência e acidentes de trânsito.

Questões como falta de estrutura, investimento e sobrecarga de trabalho dos profissionais são atribuídas ao triste saldo de mortes no país.
As principais vítimas dessas falhas são bebês com até 28 dias de vida e adultos com mais de 60 anos. Esses incidentes são mais comuns em hospitais de pequeno porte e que ficam em cidades menores.

Ainda de acordo com os pesquisadores, 90% dessas mortes poderiam ser evitadas. Está feito o alerta.

O levantamento indica ainda que todos os dias falhas como medicamentos errados, esquecimento de equipamentos cirúrgicos dentro de pacientes, falta de higiene e diagnósticos equivocados também causam uma série de doenças e infecções em pacientes. Em alguns casos, os danos são irreversíveis e culminam com o fim da vida.

O estudo cita um trabalho de 2009 para situar a qualidade dos hospitais no país. Segundo esse levantamento, o hospital brasileiro típico é de pequeno porte e tem apenas 34% da eficiência se comparado aos melhores hospitais do país. Boa parte dos hospitais brasileiros também possui modelos de gestão inadequados e pagamento com base na produção.

Na conclusão, os autores da pesquisa apontam ser necessário qualificar a rede hospitalar brasileira. Eles afirmam que uma melhor padronização ajuda na aprimoramento do resultado das redes assistenciais. Esse é o melhor remédio para evitar erros e a receita ideal para cuidar e preservar a vida dos pacientes.
 

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