Imbróglio no Anel Rodoviário

21/11/2017 às 22:14.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:49

Construído nos anos 50 para aliviar o tráfego da carga no Centro de Belo Horizonte, o Anel Rodoviário é composto de trechos urbanos de diversas rodovias federais. Com quase 27 quilômetros de extensão, ele começa no encontro entre a BR-262 e a BR-381 e termina na junção da BR-040 com a BR-356. Prevista para receber inicialmente 1,5 mil veículos diários, hoje cerca de 160 mil passam pela via todos os dias. Um crescimento gigantesco desde a sua construção até os dias de hoje.
Grande parte dos veículos que transitam por lá são caminhões, que cortam a via carregados de produtos. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Minas Gerais (Setsemg), pelo menos 12% são de carga, o que equivale a quase 20 mil.

E a restrição desses transportadores de cargas em horários de pico, como propôs o prefeito Alexandre Kalil (PHS) na última segunda-feira, pode impactar diretamente o bolso dos consumidores belo-horizontinos. Nos produtos de menor valor agregado, como alimentos, o peso será maior, indicando que colocar comida na mesa vai ficar mais caro.

A intenção de Kalil é mais que legítima. O que ele pretende é buscar soluções para reduzir o número de tragédias na via. Só neste ano, segundo informações da Polícia Militar Rodoviária, foram 1.056 acidentes nos 26,5 quilômetros de extensão da via. Ao todo, 756 pessoas ficaram feridas e 27 morreram.

No entanto, aumento dos custos, atraso nas entregas e até encarecimento das mercadorias são alguns dos riscos que a restrição pode acarretar. Um caminhão parado significa gasto com motorista e perigo de roubo de carga. O custo de tudo isso acaba chegando às prateleiras, afirmam os sindicatos das transportadoras.
Passam pelo Anel Rodoviário caminhões de diferentes estados e com os mais variados tipos de cargas. A estimativa do sindicato é que um veículo parado, sem carga, significa um prejuízo médio de R$ 50 por hora. O valor é alterado de acordo com a mercadoria que estiver sendo carregada.

Mas e quanto vale uma vida? Não há preço, é impossível mensurar. Por isso, todos os argumentos devem ser considerados e debatidos para que o Anel não seja mais palco de tragédias.

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