Juro do consignado continua nas alturas

07/04/2017 às 20:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:03

Em breve, os trabalhadores poderão usar as linhas de empréstimo do crédito consignado, com desconto em folha de pagamento, dando como garantia parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Pelas novas regras, o empregado poderá utilizar 10% do saldo da conta do Fundo e até 100% da multa paga pelo empregador (40%), em caso de demissão sem justa causa.

Na nova modalidade, as taxas de juros não podem ultrapassar os 3,5% ao mês e os beneficiários do crédito terão até 48 meses de prazo para efetuar o pagamento.

Pela lei que entrou em vigor agora, promulgada pelo Congresso Nacional ano passado, os valores dados em garantia do empréstimo podem ser retidos pelo banco no momento da perda do vínculo com a empresa onde o trabalhador estava quando fez o consignado.

A intenção do governo com a medida é permitir a ampliação dos empréstimos para injetar mais recursos na economia e reduzir o risco de inadimplência. À primeira vista, os juros praticados nessa modalidade podem parecer convidativos, mas os trabalhadores não devem ir com muita sede ao pote, pois as taxas ainda continuam muito ‘salgadas’, tendo em vista que os bancos não correm risco algum com o possível calote e têm 100% de garantia do empréstimo.

Com crescente processo de fusão e aquisição de bancos nos últimos anos, formou-se um oligopólio no setor bancário, com apenas cinco instituições financeiras detendo mais de 70% dos ativos do sistema, o que reduz a concorrência e contribui para a manutenção das taxas nas alturas. Além disso, o Brasil possui um dos maiores juros reais do mundo, à frente inclusive de países como Argentina e Venezuela.

Dessa forma, é necessário que o trabalhador tenha muita cautela ao recorrer à nova linha de empréstimo, que só deve ser usada para quitar uma dívida mais cara ou em caso de extrema urgência e necessidade.

Outro ponto que deve ser levado em consideração antes de entrar no consignado é que o FGTS funciona como uma verdadeira poupança, que nesse momento de crise não deve ser dilapidada pelo trabalhador. Todo cuidado é pouco!
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