Kalil faz falta ao futebol

30/06/2017 às 20:40.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:20

O prefeito Alexandre Kalil completou seis meses de gestão à frente da Prefeitura de Belo Horizonte e já mostramos aqui os avanços e problemas de sua gestão. E ainda trataremos do desempenho dele como gestor municipal várias vezes. Mas ao ler a entrevista exclusiva dada a Alexandre Simões, publicada nesta edição, é fácil concluir que o atleticano faz falta ao futebol brasileiro. 

Sem dúvidas, em boa parte dos momentos em que Kalil falava aos microfones dos cronistas esportivos era como se fosse um personagem. Defendia as cores do time do coração com afinco, mas não deixava que o clube e o futebol mineiro fossem prejudicados por possíveis esquemas de favorecimento a adversários de outros estados, mesmo se esses esquemas nunca tenham sido comprovados. 

Certamente, muitos atleticanos desejaram ouvir o que o Alexandre Kalil teria a dizer após a atuação da arbitragem contra o Botafogo, na quinta-feira passada, no Estádio Independência. Podemos garantir que haveria uma reação proporcional à que se viu na arquibancada. 

Essa proximidade com o torcedor era o que tornou Kalil tão popular. Em tempos que se fala em CEO, gestões profissionais e balanços financeiros, ele agia nos bastidores com a mesma paixão que o torcedor tem pelo seu time do coração. Tendo razão ou não, fazia barulho e gerava uma repercussão.

Atualmente, os presidentes do Atlético, com Daniel Nepomuceno, e do Cruzeiro, Gilvan Tavares, possuem perfis muito diferentes, o que acaba prejudicando as equipes mineiras dentro da política do futebol. 

O dirigente certamente seria uma voz dissidente ao que ainda é feito com o futebol brasileiro, com um calendário quase desumano com os jogadores, praticamente inviável para os clubes e que afasta cada vez mais o torcedor dos estádios, seja pela violência ou por ingressos caros. Como ele mesmo disse, o legado esportivo da Copa do Mundo e da Olimpíada do Rio foi bastante aquém das expectativas na capital mineira. 

Aos poucos, o futebol está deixando de ser a paixão nacional, sentimento esse que fez Kalil nunca deixar de transparecer pelo esporte, e isso faz muita falta hoje. 

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