Minas vem descobrindo uma maneira de exportar commodities agrícolas comuns com maior valor agregado. A venda dos produtos com gostinho mineiro garante o aumento de ganhos e ainda permite ao empresário e agricultor driblar as dificuldades causadas pela recessão no mercado doméstico. Queijo, pão de queijo, banana, cachaça e cafés especiais produzidos aqui têm ganhado o mundo.
Produzida no Norte de Minas, a banana do tipo prata saiu do Jaíba para conquistar o estômago de belgas, franceses e britânicos. Os consumidores europeus, acostumados com o paladar marcante da espécie nanica (caturra), aprovaram o sabor diferenciado da fruta produzida em território mineiro.
O desafio agora é aprimorar o projeto de logística para garantir a conservação da fruta e o ponto ideal de consumo depois de cruzar o mar. Por enquanto, os pequenos lotes são despachados para a Europa de avião. Por via marítima, ainda correm o risco de chegarem deteriorados no destino.
Para os EUA, entretanto, já são enviados pelo menos 500 quilos da banana por mês. O Norte de Minas também exporta limão.
Fabricado nos moldes da tradicional receita mineira, o pão de queijo já é consumido bem longe do Brasil. A Forno de Minas está com o processo de internacionalização tão avançado que remessas da iguaria já chegam até ao Japão. Na Guatemala, os embarques têm como destino a Starbucks. Também já foram recebidos pedidos para El Salvador, Panamá e Costa Rica.
Hoje, são exportadas mais de 1.200 toneladas para os EUA, Canadá, Portugal, Inglaterra, Chile, Peru, Uruguai e Emirados Árabes. O objetivo é fechar 2020 exportando 15% da produção.
O velho e bom cafezinho também ganha ares mais requintados. Um exemplo é o produto das Fazendas Klem, na pequena Luisburgo, no Sul de Minas. Feito de maneira 100% orgânicas, as primeiras 15 toneladas já desembarcaram nos EUA.
Ainda é um trabalho de formiguinha, mas com potencial de mostrar ao mundo o que Minas tem de melhor.