Necessidade de equilíbrio no texto da reforma

21/04/2017 às 16:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:13

O presidente Michel Temer (PMDB-SP) tem pressa em aprovar a reforma da Previdência mas, diante da forte resistência, inclusive de aliados, em relação ao substitutivo apresentado na última quarta-feira na Câmara dos Deputados, o governo já admite adiar a votação, inicialmente prevista para o dia 8 de maio. A apreciação do texto pode ficar agora para o dia 15 do mesmo mês ou, se necessário, poderá novamente dilatar o prazo.

Desde que apresentou a proposta à Câmara dos Deputados, em dezembro do ano passado, Temer já foi obrigado a recuar em pelo menos seis pontos como, por exemplo, na idade mínima para a aposentadoria das mulheres e dos militares, e em relação à previdência dos entes federados, que ficou agora a cargo dos estados e municípios.

O temor das manifestações populares, previstas para o próximo dia 28 em todo o país, bem como o baixo apoio para aprovação do texto, forçam também o presidente a recuar em relação à apresentação do substitutivo no Plenário da Câmara. 

Placar da Previdência apresentado pelo Grupo Estado, divulgado na última sexta-feira, aponta que o número de parlamentares contra a proposta subiu para 179, enquanto os que estão a favor do texto somam apenas 67. Havia ainda 39 indecisos.

O governo está ciente de que é necessário mais tempo para convencer a população, parlamentares da oposição, e os próprios aliados, de que a aprovação da reforma da Previdência, considerada a espinha dorsal para o equilíbrio fiscal, tem que ser votada com urgência. Na última quinta-feira, Temer apelou até para o apresentador Sílvio Santos, dono do SBT, para explicar, de forma didática, como funcionará o novo sistema às classes mais populares.

Temer jantou com o empresário em São Paulo. Ele contou ao apresentador que tem enfrentado muita dificuldade na divulgação da proposta, devido a uma “campanha” das corporações contra a reforma. 

Mas o certo é que, enquanto não houver um texto de consenso, que penalize menos o trabalhador e respeite mais as expectativas de direito, o governo continuará enfrentando a resistência de vários segmentos da população.

  

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