A deleção de um dos proprietários da JBS, Joesley Batista, tem se revelado uma destruidora de reputações de políticos de vários partidos, base e oposição. As declarações indicam que a empresa teve algum tipo de relação com os principais nomes da política brasileira nos últimos anos e com quase um terço do Congresso Nacional.
As quantias negociadas são enormes e não há dúvidas de que o grupo empresarial financiou boa parte das grandes e milionárias campanhas políticas. Não parece possível que esse dinheiro tenha partido do caixa da empresa. Mesmo para o maior grupo produtor de alimentos de origem animal do mundo são quantias bastante significativas.
Tudo leva a crer, e as investigações caminham para isso, que a fonte é o BNDES, que de uma hora para outra passou a emprestar bilhões para uma empresa fazer grande parte dos seus investimentos no exterior. Dinheiro que poderia financiar milhares de pequenas e médias empresas, que hoje precisam suar para conseguir algum crédito mínimo para sair do sufoco da crise econômica.
Além das quantias milionárias, o que impressiona no conteúdo revelado da delação é a facilidade de acesso do empresário aos grandes líderes políticos do país. Conversam como se tivessem uma relação íntima e antiga. Mesmo sendo o mandachuva de uma das maiores empresa do mundo, não parece razoável que o presidente abra um espaço no seu concorrido dia dentro de sua casa somente para falar de negócios empresarias, investimentos ou projetos de expansão. Temer recebeu Joescley, claro, porque era, até então, uma pessoa de absoluta confiança. Hoje entendemos que o papo estava longe do comercial.
O mesmo pode ser falado de Aécio Neves. Os repetidos palavrões indicam que ele estava absolutamente à vontade tratando de ilicitudes. Mesmo não sendo gravados, os encontros com a ex-presidente Dilma Rousseff, caso sejam comprovados, derrubam boa parte da fama da petista de ser uma pessoa intransigente com os desvios cometidos pela equipe.
Muitas das informações entregues por Joesley Batista ainda estão por vir e ainda poderão colocar mais gente no caminho da nova expertise da empresa JBS: o abate de grandes carreiras políticas.