Novela sem final feliz para a Pampulha

28/12/2017 às 22:47.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:30

Mais um capítulo da novela “jatos no Aeroporto da Pampulha” foi escrito ontem. Com base em laudo da equipe técnica do Ministério do Transporte, emitido em maio, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, suspendeu de forma cautelar a reativação do terminal para voos de longa distância. A justificativa é que a concorrência com o Aeroporto Internacional de Confins implicará no aumento das tarifas para os usuários.

Com a decisão, o ministro sustou os efeitos de uma portaria do próprio ministério, de outubro, quando a pasta surpreendeu a todos com a notícia da liberação dos voos de grande porte na Pampulha. 

Conforme estudo feito pelos técnicos do ministério, utilizado para embasamento do ministro do TCU, além do aumento no valor da passagem, há o risco de perda de conectividade. 

Em um cenário otimista de crescimento de demanda, o documento assinado por Dantas cita que as operações a jato em Pampulha representariam uma queda média anual de 4% na demanda de Confins. Já em um cenário pessimista, a retração da demanda anual média poderia chegar a 15%. 

O ministro ainda lança mão de um exemplo. “Suponha­se uma ligação muito movimentada entre Belo Horizonte e São Paulo, que hoje tenha uma oferta de quatro voos por hora de diferentes companhias aéreas. Dentre os passageiros há aqueles que pagaram barato pela passagem, em promoção ou com antecedência (R$ 100), e aqueles que pagaram mais caro (R$ 1 mil). Neste cenário, com o incremento da Pampulha, apenas haveria oferta de dois voos por hora. Assim, também seria muito mais restrito economicamente, devido à demanda reprimida pela restrição de capacidade e consequente aumento dos preços. No exemplo ilustrativo, significa dizer que apenas aqueles passageiros que tinham disposição a pagar R$ 1 mil poderão acessar esse voo saindo da Pampulha”. 

Argumentos factíveis ou não, o certo é que a decisão do ministro do TCU jogou um balde de água fria nas pretensões da Infraero e da Gol, que esperava estrear os jatos no terminal da Pampulha em 22 de janeiro. Até a companhia ser notificada, a venda dos bilhetes continua. Caso a suspensão não seja revertida, a Gol terá que reembolsar os passageiros ou oferecer reacomodação. 
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