O Brasil em plena regressão

02/12/2016 às 20:34.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:55

A redução da pobreza no Brasil foi significativa nos primeiros anos deste século. E muito se deve, sem dúvidas, a políticas sociais implantadas pela gestão comandada pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Claro que o momento econômico favorável ajudou para que a melhoria social fosse mais rápida, mas o mérito tem que ser dado a quem se propôs a dividir melhor as riquezas produzidas pelo país. 

A queda do número de pessoas em pobreza extrema no país foi de quase quatro pontos percentuais entre 2005 e 2014. São milhões de pessoas que passaram a ter o que comer em um dia, com a ajuda de programas como o Bolsa Família. Os números estão aí, pra quem questiona os ganhos, é só consultar. 
Mas os dados revelados pelo IBGE mostram que as melhorias obtidas nessa área tão básica não só pararam de ocorrer como também passaram a regredir. Desde 2009, não havia tanta gente na miséria no nosso país. 

As perdas ocorreram, primeiramente, pelo próprio PT ter, em parte, abandonado muitos de seus princípios e projetos, principalmente nos dois últimos anos do período em que Dilma Rousseff chefiou o governo. A escolha por não conter os gastos públicos e não tomar medidas que evitassem essa crise gigantesca vitimou principalmente os mais pobres.

O pior é que há um risco muito grande que essa regressão de indicadores continue. Apesar do atual governo afirmar que manterá os programas sociais, eles podem muito bem sofrer cortes ou não acompanhar a alta da inflação, que já corroeu boa parte desse auxílio. 

Os programas também correm risco de serem atingidos pela contenção de gastos prevista pela PEC 55, que deverá ser aprovada pelo Congresso. Além disso, não há como afirmar com alguma segurança de quando a situação econômica do país vai melhorar em um curto prazo, o que poderia garantir a manutenção dessas iniciativas. 

Tudo indica que a alta no número de miseráveis será maior em 2016. Se o ritmo for mantido, poderemos chegar a uma taxa de dois dígitos, aproximando-se muito do índice registrado em 2005. Se isso ocorrer, todo o esforço histórico feito para reduzir a pobreza no Brasil, para dar oportunidade de milhões de pessoas pelo menos comer com regularidade, será inteiramente perdido.

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