O triste retrato da retração econômica

28/04/2017 às 18:47.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:19

Os reflexos da grave recessão econômica que o país atravessa continuam fazendo estragos no mercado de trabalho. Dados divulgados ontem pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada no primeiro trimestre de 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o país perdeu, somente no primeiro trimestre deste ano, 1,834 milhão de postos de trabalho, com o fechamento, no mesmo período, de 1,315 milhão de vagas de emprego no mercado de trabalho. Com isso, o desemprego bateu novo recorde, atingindo a casa dos 14,2 milhões de desocupados no país, o equivalente a 13,7% da População Economicamente Ativa (PEA).

Esses dados mostram que a economia brasileira ainda não apresenta qualquer sinal de recuperação e há uma queda gradativa do emprego no mercado formal de trabalho e um crescimento acentuado da informalidade no país. Além disso, o nível de ocupação da população em idade para trabalhar atingiu 53,1% no trimestre até março, o nível mais baixo de toda a série histórica do IBGE.

O país já perdeu 3 milhões de vagas de emprego desde o primeiro trimestre de 2014. De janeiro a março deste ano, praticamente todos os setores da economia continuaram a demitir. A indústria cortou 342 mil vagas, seguida pelo comércio (233 mil), agricultura, produção florestal, pesca e aquicultura (758 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (295 mil) e serviços domésticos (184 mil).

Desde 2015 o Brasil mergulhou numa grave recessão econômica, com o Produto Interno Bruto - a soma da riquezas produzidas no país - atingindo níveis recordes de retração. Naquele ano, a economia brasileira havia recuado 3,8%, passando para 3,6% em 2016, o que confirma a pior recessão histórica do país. Essa sequência de dois anos seguidos de retração só havia sido verificada em 1930 e 1931, quando as quedas atingiram 2,1% e 3,3%, respectivamente. Para este ano, a previsão é  de que a economia brasileira cresça 0,49%.

Portanto, para que o país retome os trilhos do crescimento econômico, é necessário que haja o equilíbrio dos gastos públicos, uma ampla reforma tributária, o controle da inflação, o corte da taxa básica de juros da economia - que o governo já vem colocando em prática - , além da retomada dos investimentos, que vão alavancar a geração de empregos e o incentivo à retomada do consumo, com a desburocratização do crédito.

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