O velho sonho americano e a morte

18/08/2017 às 19:47.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:09

A crise econômica no Brasil, que chegou acompanhada do aumento do desemprego, achatamento da renda e fechamento de empresas do comércio e da indústria, refloresceu nos mineiros o velho sonho americano. Desesperados e sem oportunidades em território nacional, muitos passaram a enxergar como única saída a busca por uma nova vida na América do Norte. 

São pessoas que viajam com a esperança de prosperidade na bagagem, mas que encontram a morte. 

Homens, mulheres, jovens, idosos e até crianças que têm a existência interrompida pela fome, sede, violência no deserto ou pela força das águas geladas de rios durante a tentativa frustrada de travessia entre o México e o país do Tio Sam. 
A área fronteiriça sobre influência de carteis de drogas também é cenário para outros crimes como abuso sexual, homicídios, sequestro e tráfico de pessoas.

Apenas neste ano, quatro mineiros foram encontrados mortos na fronteira do México com os Estados Unidos, reacendendo o alerta sobre a possibilidade de uma nova onda migratória para o país norte-americano. As vítimas mineiras eram todas dos vales do Mucuri e do  Rio Doce, regiões já conhecidas pelas redes de contato com coiotes, nome que se dá aos agentes que guiam imigrantes para entrar clandestinamente nos Estados Unidos. 

Somente em 2016, segundo levantamento realizado pelo Itamaraty, mais de 300 cidadãos do país foram presos na travessia entre o México e os EUA, um aumento de 28% em relação ao ano anterior. Essa é justamente a rota preferida dos brasileiros e agenciadores.

Os dados mostram que o calvário enfrentado para entrar ilegalmente nos EUA só tem aumentado. Desde que Donald Trump assumiu a Presidência da República, o acesso ao destino final ficou ainda mais difícil do que no passado. Até a construção de um muro o republicano já  cogitou. 

A promessa de Trump é expulsar todos os indesejáveis de lá. Mais um recado duro para brasileiros e imigrantes do mundo inteiro que ainda sonham morar e trabalhar com alguma dignidade na América. 

  

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