Pampulha, o aeroporto da discórdia

26/10/2017 às 20:28.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:25

Bastou apenas um dia para que as companhias áreas inundassem a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de pedidos de voos de grande porte - acima de 70 lugares - partindo do Aeroporto da Pampulha. Após a portaria do Ministério dos Transportes, que revogou a proibição e liberou os jatos no terminal, as empresas agiram rápido como aviões e protocolaram nada mais, nada menos, do que 77 solicitações de voos, distribuídos por 23 destinos. 

As companhias aéreas que demonstraram interesse em retomar ou iniciar as atividades no aeroporto são Azul, Gol, Avianca, além da Passaredo, que já opera no local com voos de pequeno porte para Ribeirão Preto, em São Paulo, e Uberaba, no Triângulo Mineiro. Só a Latam ficou de fora. Pelo menos por enquanto. 

As maiores demandas foram para Goiânia, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto, com 11, 8 e 7 pedidos de novas frequências, a partir do aeroporto localizado a apenas nove quilômetros do centro da capital. Já Confins, o concorrente, fica a 40 quilômetros. 

Os demais destinos solicitados são Vitória, Recife, Goiânia, Ribeirão Preto, Bauru, Salvador, Presidente Prudente, Natal, Fortaleza, Maceió, Ilhéus, Porto Seguro, São Luís, Belém, Santa Maria (RS), Brasília, Juiz de Fora, Ipatinga, Varginha, Uberlândia, Uberaba e Montes Claros. 

Quem está rindo à toa com a nova determinação é o prefeito Alexandre Kalil (PHS). Ontem, mais uma vez, ele aproveitou um evento para apresentar novos ônibus que atenderão aos usuários de transporte coletivo em Belo Horizonte para demonstrar toda sua satisfação com a retomada dos voos na Pampulha. 

Kalil afirmou que é possível viabilizar a Pampulha sem levar prejuízos ao Aeroporto Internacional de Confins. Ainda segundo o prefeito, não há motivos para essa “mini histeria”. 

Não é o que pensa a concessionária de Confins, a BH Airport, que cogita, inclusive, ir à Justiça. A administradora do terminal internacional admitiu que, diante da potencial ociosidade da infraestrutura aeroportuária e do desperdício de recursos, estuda medidas legais sobre a suspensão da portaria. Moradores dos bairros vizinhos do Aeroporto da Pampulha também ameaçam apelar aos tribunais. Pelo jeito, é uma briga que ainda vai longe, distante do céu de brigadeiro. 

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