Pires na mão e vazio

26/05/2017 às 19:54.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:44

Além do povo em geral, as prefeituras brasileiras são as instituições que mais estão em dificuldades com todo esse furacão político no país e que contaminou a economia. Elas sofrem não só pela perda de receita na arrecadação, mas também pelo aumento da demanda aos serviços públicos. Com o trabalhador endividado, mais gente passou a usar o posto de saúde, a andar de ônibus e a colocar os filhos no ensino público. Ser prefeito neste momento é um sofrimento diário, mesmo de grandes cidades, como a capital mineira. 

Justamente quando o país dava sinais de que começa a retomar algum ritmo de crescimento, e permitiu aos gestores municipais terem esperanças de que o fim de ano seria melhor que o passado, vem a delação da JBS e a nova paralisação da política no país. 

As reformas mais significativas tendem a dar resultado em médio e longo prazos, mas há muitas medidas que melhorariam os caixas das prefeituras quase que de imediato que simplesmente ficaram congeladas no Congresso, já que o foco dos parlamentares é debater o destino do governo Temer. 

Uma das principais delas, como tratamos na edição de hoje, é a que muda a distribuição do Imposto Sobre Serviços, que poderia garantir R$ 500 milhões aos municípios mineiros. É uma ajuda considerável para quem já está “pra lá do Deus me Livre” quanto ao assunto fluxo de caixa. 

Pior é que não há certeza de como será o ritmo de votações na semana que vem, ou melhor, não se sabe nem se esse governo suportará a pressão pela renúncia e chegará ao fim de semana que vem. Lamentável. 

Mais uma vez a corda arrebenta do lado mais fraco. Apesar dos mais de 5.500 municípios no país, quase todos ainda continuam extremamente dependentes das verbas vindas de Brasília e, principalmente, do que é decidido no Planalto Central. E, no Brasil, prefeituras em dificuldade significa morador em dificuldades de acesso a serviços públicos de qualidade. 

E não há muito o que fazer além de pressionar os parlamentares federais a se emprenhar em resolver a situação o mais rápido possível. O país não aguentará mais um ano de inércia por causa de escândalos e desvios de corrupção, coisas que os prefeitos, em princípio, e os cidadãos, não têm nenhuma culpa. 

  

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