Polêmica das cotas dentro da universidade

03/05/2018 às 21:41.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:39

Polêmica das cotas dentro da universidade

Argumentos contra e a favor não faltam na sociedade em relação à política de cotas raciais para o ingresso em universidades públicas do Brasil, desde que a medida foi adotada no país a partir do ano 2000. O assunto alimenta discussões calorosas entre estudantes, políticos, autoridades governamentais e educadores. 
De um lado, aqueles que acreditam não ser uma forma justa e coerente de aumentar o acesso às instituições públicas de ensino superior, que, historicamente, reúnem majoritariamente, estudantes brancos das classes médias e alta, principalmente nos cursos mais concorridos, como medicina.

Do outro lado, uma parcela defende a política como a solução para reduzir as disparidades sociais, econômicas e educacionais no país. Seria, inclusive, uma forma de pagar uma dívida histórica com a população negra brasileira. Polêmicas à parte, o certo é que a política de cotas não tem caminho de volta para agradar àqueles que a consideram injusta e não democrática. 

E a polêmica agora migrou para dentro dos muros das universidades, onde há varias denúncias de que estudantes brancos estariam se declarando afrodescendentes para serem beneficiados pelo sistema. 

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a seleção dos alunos pelo sistema de cotas é feita por meio da declaração por escrito do candidato de que é afrodescendente. No entanto, o processo é alvo de questionamento por parte de estudantes negros que prometem apresentar um dossiê à reitoria da universidade denunciando 25 possíveis fraudadores. 

O tal documento carece de apuração, claro. Cautelosa, certamente, antes de quaisquer medidas punitivas. Até mesmo para que não se incentive nenhum tipo de “caça às bruxas” entre os estudantes. 

Quem sabe a implantação de uma comissão, a exemplo de outras universidades, para realizar um processo mais criterioso sobre a condição racial do candidato. 
De nada adianta apurar o caso e punir os fraudadores se a forma de escolha continuar dando brechas a declarações falsas. Se o estudante branco fraudador estiver no meio do curso, já terá tomado a vaga e boa parte do tempo de estudo de alguém que foi excluído do processo vigente.
 

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