As operações policiais para combater o tráfico de drogas em Belo Horizonte têm se intensificado nos últimos dias, o que é motivo de aplausos. Só nesta semana, duas ações de forças de segurança prenderam traficantes e desarticularam importantes esquemas de venda de entorpecentes em duas regiões da cidade.
Na quarta-feira, na Pampulha, a operação “Dos Santos”, com 120 agentes da Polícia Civil, 35 viaturas e um helicóptero, deteve três irmãos e outros três suspeitos de integrar quadrilha que comercializava não apenas drogas, mas também armas.
O grupo teria, inclusive, um sistema de delivery, com vasta clientela cadastrada para tele-entrega do material.
Nessa quinta-feira, outra robusta empreitada policial, iniciada na semana passada, teve seu desfecho no aglomerado Morro do Papagaio, região Centro-Sul.
Com mandados de prisão em mãos, agentes localizaram e detiveram 20 supostos integrantes de uma organização chamada “Comando Beco do Galope”, acusada de obrigar moradores da comunidade a guardar drogas nas residências, sob ameaça de morte. Outros dois suspeitos haviam sido detidos dias atrás.
Especializados em cocaína, segundo a polícia, os traficantes do C.B.G. – iniciais da gangue – vinham se notabilizando no aglomerado pela rápida expansão dos negócios e por travar guerras com outros grupos por pontos de atuação.
É importante que as autoridades da segurança pública sigam com o combate direto ao tráfico e a todos os males que essa modalidade de crime acarreta. Controle imposto na base do medo a cidadãos honestos e trabalhadores, como no Morro do Papagaio, e a ousadia de ter até motociclistas para fazer entrega de maconha e revólveres são fatos inaceitáveis.
Tão relevante quanto a repressão, porém, é a necessidade de que a Justiça demonstre rigor e agilidade semelhantes para que as pessoas detidas, uma vez que respondam ao devido processo penal, não retornem rapidamente às ruas, onde tenderiam a retomar as práticas delituosas.
Prender envolvidos com o tráfico para tirá-los temporariamente de circulação não adianta. A meta deve ser levá-los aos tribunais e, se condenados, ressocializá-los, dentro das premissas da lei.