Política na base da força não cabe mais

29/09/2016 às 19:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:02

As disputas violentas entre grupos por causa de poder político fazem parte, infelizmente, da história do país. Passamos por um período, relativamente recente, em que os coronéis, geralmente donos de grandes propriedades terras, controlavam ações nos vilarejos mais remotos do interior. 

Não havia um prefeito que não fosse eleito sem a “bênção” de uma dessas figuras quase folclóricas. Quem ousasse enfrentá-las, era eliminado sem muita reflexão. Há relatos históricos e também várias obras da nossa literatura que mostram como o esquema funcionava e, certamente, você já leu, ouviu ou assistiu alguma história semelhante.

A morte de um candidato a prefeito em Itumbiara (GO), que está longe de ser uma cidade pequena, mostra que essas práticas ainda estão incrustadas na nossa brasileira. Tanto que, às vezes, nem são consideradas tão merecedoras de destaque pelos meios de comunicação. 

Prova disso é que pelo menos outros quatro casos de atentados contra a vida de concorrentes a um cargo nessas eleições foram registrados em Minas nos últimos dias. Por sorte, não houve mortes. 

Um dos motivos desse aumento da violência no meio político pode ser a melhora na consciência política do povo brasileiro – mesmo a passos bem lentos e, às vezes, tortos. Hoje, a informação consegue chegar a muitos mais lugares do que antes, e a atuação dos chamados coronéis vai, aos poucos, ficando cada vez mais difícil e restrita a alguns locais. 

Com a iminência do fim de um ciclo, grupos que se acostumaram a fazer política na base da força, e não por debate de ideias, partem para a tentativa de manter o domínio amedrontando a população. 

A melhor resposta contra isso é a justiça. A apuração rápida e precisa, com punição aos responsáveis pelos atentados a candidatos, é essencial para que os autores dessa barbárie não alcancem seus objetivos. O povo precisa saber que esse tipo de política não cabe mais em uma nação evoluída, e, principalmente, que quem não desejar respeitar o direito de escolha maioria sofrerá as consequências, dentro do que manda a lei. 

Não podemos deixar que nossa democracia se fragilize ainda mais e que a sociedade brasileira cometa mais esse retrocesso. 
 

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