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01/02/2017 às 20:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:39

Fevereiro começa com uma notícia muito ruim para Minas Gerais. A indústria, principal setor da economia do Estado, terminou o ano de 2016 com uma queda de 11,6%, quase o dobro do índice nacional. É a comprovação do que muitos sentiram, infelizmente, na pele ou em contato com empresários: a crise atingiu mais os mineiros do que muitos outros Estados. 

Destaca-se que a queda foi em relação ao ano de 2015, em que o setor já havia registrado um recuo de 15,9%. Foram mais de 70 mil postos de trabalho perdidos no ano passado. Se juntarmos os dois últimos aos, foram 200 mil pessoas que perderam os empregos somente na indústria mineira. 

São números que assuntam. Talvez muitos não tivessem se dado conta de que os prejuízos tenham sido tão grandes assim. 

Mas já passamos do momento de olhar para traz e de apontar culpados pela derrocada da economia. Se alguém errou e nos jogou no buraco, essa pessoa já não está no comando do barco há um bom tempo, e, mesmo com nova tripulação, ainda procuramos um jeito de sair dessa tempestade. 

Falando mais claramente, a crise já existe desde 2015, houve uma troca de governo, motivada basicamente pelas questões da economia, e a nova gestão assumiu prometendo soluções para iniciar a recuperação. 

Projeta reforma daqui, estuda mudança de lá, prevê liberação de recursos do FGTS... Ideias que já estavam previstas, e outras mais originais. Mas praticamente nada foi colocado em prática. E estamos praticamente na mesma toada em relação a 2015, conforme mostram os números da indústria mineira. 

Ao contrário de quando começou, o governo de Michel Temer parece mais preocupado neste momento com a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, com a delação de executivos da Odebrecht e com o nome do novo relator do processo da Lava Jato no STF do que em apresentar soluções para retomar o ritmo de crescimento econômico. 

O Brasil só não está pior pelo esforço de pequenos e grandes empresários que, apesar de terem que fazer cortes, tentam ainda manter os negócios da melhor maneira possível, e dos trabalhadores. Se houver uma recuperação em 2017, o governo não poderá receber os créditos por isso. 

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