Privatizar é a saída para o Brasil?

23/08/2017 às 19:49.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:13

Em meio ao rombo estratosférico das contas públicas – o déficit fiscal deve saltar para R$ 159 bilhões em 2017 e 2018 – e a necessidade da União em elevar a arrecadação, o governo federal resolveu lançar mão de um pacote de privatizações em todo o país. 

Como parte do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), 57 novos ativos foram disponibilizados para concessão ou desestatização na segunda fase do plano. A primeira etapa foi anunciada em setembro do ano passado e incluía 34 projetos.

No novo pacotão de privatização de bens públicos estão pelo menos sete importantes empreendimentos em Minas. Além das quatro usinas hidrelétricas da Cemig – São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande, serão colocados à venda a participação acionária da Infraero no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, a CeasaMinas e a Casemg. O leilão de aeroportos está marcado para o 2º semestre de 2018. 

O governo não estimou quanto pretende arrecadar com os novos leilões, mas informou que eles representarão R$ 44 bilhões em investimentos ao longo da vigência dos contratos. Ou seja, mais dinheiro em caixa. Nesta semana, o Ministério de Minas e Energia já havia anunciado a proposta de privatizar a Eletrobras, que acumula prejuízo de R$ 250 bilhões em 15 anos. 

A Casa da Moeda, responsável pela fabricação de notas de real e passaportes, também deve ter um novo dono em breve. A expectativa é a de que o pregão aconteça no final do ano que vem. Ainda estão no bolo das concessões de rodovias e 15 terminais portuários. 

O que o governo Temer planeja é injetar recursos na economia. Se a União não dispõe de dinheiro para investir, que o papel seja passado à iniciativa privada. Para o presidente e sua equipe econômica, o Estado deve se ater às áreas onde ele considera essencial a presença estatal, como na educação, saúde e segurança. 

É inegável que as estatais são fonte de corrupção e têm seu desempenho prejudicado por negociatas políticas. Mas privatizar realmente rende bons resultados para o país? Ou o governo deveria manter o controle sobre áreas estratégicas da economia, como serviços de água e luz, sob o risco de privar a população carente de receber recursos básicos? A discussão promete. 

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